CRISE ORÇAMENTÁRIA

Parlamento francês aprova lei de emergência para evitar paralisação do governo

Projeto busca garantir funcionamento dos serviços públicos após impasse nas negociações do orçamento de 2026.

Publicado em 23/12/2025 às 19:38
Parlamento francês aprova lei de emergência para evitar paralisação do governo Depositphotos

O parlamento fragmentado da França aprovou, nesta terça-feira (23), um projeto de lei de emergência destinado a evitar uma paralisação do governo ao estilo dos Estados Unidos na próxima semana, após o fracasso das negociações sobre o orçamento de 2026.

Com poucos dias para o início do novo ano, o presidente francês, Emmanuel Macron, e seu Gabinete reuniram-se na noite de segunda-feira (22) para apresentar o projeto, cujo objetivo é assegurar a continuidade da vida nacional e o funcionamento dos serviços públicos, incluindo a arrecadação e distribuição de impostos às autoridades locais, com base nos parâmetros do orçamento de 2025, segundo o Gabinete.

Na Assembleia Nacional, câmara baixa do parlamento francês, os legisladores fizeram várias emendas e aprovaram o texto, que também passou pelo Senado. A aprovação ocorreu apesar das profundas divisões entre os três principais blocos da assembleia: o Rassemblement National, de extrema-direita, liderado por Marine Le Pen, as forças de esquerda e o governo minoritário centrista de Macron.

O desafio agora é maior: construir um orçamento real para 2026 e evitar uma nova crise política.

A lei de emergência "é como um pneu sobressalente", afirmou o ministro das Finanças, Roland Lescure, aos legisladores, destacando a necessidade de um trabalho rápido para aprovar um orçamento definitivo para o próximo ano. Segundo Lescure, confiar na medida por muito tempo "corre o risco de enfraquecer muito a economia francesa".

O primeiro-ministro Sébastien Lecornu, que renunciou e foi reempossado neste outono, apelou a todos os partidos para buscarem compromissos durante as férias e viabilizarem o orçamento de 2026, após a tentativa anterior fracassar na semana passada.

Com informações da Agência Estado.

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