Moraes esclarece que reuniões com Banco Central trataram apenas da Lei Magnitsky
Ministro do STF nega ter discutido compra do Banco Master pelo BRB e afirma que encontros abordaram apenas impactos das sanções dos EUA.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (23) que as reuniões realizadas com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, tiveram como pauta exclusiva a Lei Magnitsky, aplicada pelo governo dos Estados Unidos contra o magistrado.
A declaração de Moraes foi divulgada após reportagem do jornal O Globo afirmar que o ministro teria defendido a aprovação da compra do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB), instituição pública vinculada ao governo do Distrito Federal, durante encontros com Galípolo.
As reuniões teriam ocorrido antes da decisão do BC, que, no mês passado, decretou a liquidação do Master por suspeitas de fraude. A investigação resultou na prisão preventiva do banqueiro Daniel Vorcaro, sócio do banco. Posteriormente, Vorcaro foi beneficiado por habeas corpus concedido pela Justiça Federal e responde às acusações em liberdade.
Antes da liquidação, o escritório de advocacia Barci de Moraes, pertencente à família do ministro, prestou serviços ao Banco Master.
Em nota à imprensa, Alexandre de Moraes informou que, além de Galípolo, reuniu-se com representantes dos bancos Itaú, Bradesco, BTG, Banco do Brasil, da Febraban e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras para discutir as consequências da Lei Magnitsky.
“Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, afirmou Moraes em nota.
O Banco Central também confirmou que os encontros tiveram como tema os efeitos da lei.
No dia 12 deste mês, o governo norte-americano anunciou a retirada das sanções econômicas da Lei Magnitsky, que haviam sido aplicadas contra Moraes, sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, e a empresa Lex - Instituto de Estudos Jurídicos, ligada à família do ministro.
As sanções foram determinadas durante o governo Donald Trump, apoiador de Bolsonaro, em retaliação ao ministro, relator dos processos contra o ex-presidente.