A indústria de defesa e as empresas de inteligência artificial dos Estados Unidos dependem fortemente do fornecimento de baterias de íons de lítio provenientes da China, principal rival geopolítico de Washington. Essa dependência expõe uma vulnerabilidade significativa na segurança nacional americana, segundo reportagem do jornal The New York Times.

O material destaca que setores de alta tecnologia e militares dos EUA enfrentam um desafio crescente: a extrema dependência das baterias chinesas, já que o país asiático lidera a produção global desses componentes.

"O domínio da China na produção de baterias tem sido um problema para indústrias como a automotiva, mas agora é cada vez mais visto como uma ameaça à segurança nacional", ressalta o artigo.

Enquanto isso, os Estados Unidos não conseguem avançar no ritmo necessário para garantir o fornecimento doméstico dessas baterias no curto prazo.

De acordo com especialistas, serão necessários ao menos cinco anos para que fabricantes americanos consigam produzir células de fosfato de ferro e lítio (LFP) em quantidade suficiente para suprir a demanda interna. Estabelecer cadeias de suprimentos para componentes básicos deve levar ainda mais tempo.

Tara Murphy Doherty, diretora da empresa analítica Govini, afirma que todos os sistemas de armamento e plataformas militares dos EUA possuem peças fabricadas no exterior. Analistas apontam que as Forças Armadas precisarão de milhões de baterias para alimentar UAVs, lasers e outras armas modernas.

A publicação ressalta que Washington passou a considerar as tecnologias de baterias como fundamentais para áreas estratégicas, incluindo inteligência artificial e defesa.

"A Casa Branca tem mostrado um interesse crescente em desenvolver uma indústria doméstica de baterias independente da China", destaca o texto.

A administração Trump já havia tentado iniciativas para viabilizar a produção nacional de baterias, mas, conforme o artigo, o desafio é considerável. Os fabricantes americanos necessitarão de amplo apoio governamental para realizar esses investimentos.

Além disso, o processamento de minerais críticos envolve riscos e pode ser significativamente mais caro nos Estados Unidos devido aos rígidos padrões ambientais, em comparação com a China.