Diário de ex-carcereiro de Lula vira livro e será lançado em 2026 pela editora WMF Martins Fontes
O livro de memórias do agente federal Jorge Chastalo Filho, responsável por acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante os 580 dias em que esteve preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, será lançado em 2026 pela editora WMF Martins Fontes. A obra, ainda sem título definido, chega ao público sete anos depois de um dos episódios mais marcantes da história política recente do Brasil.
Em 7 de abril de 2018, Chastalo, à época chefe do Núcleo de Operações da Polícia Federal em Curitiba, foi encarregado de acompanhar a chegada de Lula à capital paranaense, após o então ex-presidente se apresentar para cumprir pena em decorrência da condenação na Operação Lava Jato. Do momento em que Lula desembarcou de helicóptero vindo da sede do Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC paulista, e foi conduzido à sala onde permaneceria detido por 580 dias, o policial federal passou a registrar em cadernos tudo o que via, ouvia e presenciava.
Essas anotações deram origem a um diário detalhado do período de reclusão, que agora se transforma em livro. A obra reúne relatos sobre a rotina da carceragem, as visitas recebidas por Lula, os livros que leu, as refeições que fez, comentários sobre diversos temas, além de observações sobre seu comportamento, estado emocional, visão política e reações diante de acontecimentos pessoais ao longo do período.
Conhecido à época entre colegas e na imprensa pelo apelido de “Rodrigo Hilbert da Federal”, em referência à semelhança física com o apresentador de TV, Jorge Chastalo Filho apresenta um olhar inédito sobre os bastidores de um dos capítulos mais acompanhados da vida pública brasileira. “Exponho a sua personalidade e o seu carisma, além de seu conhecimento e capacidade de interpretar os acontecimentos à sua volta. Fica evidente, em especial, sua habilidade de articulação e resiliência quando posto à prova em um ambiente hostil”, escreve o ex-carcereiro sobre Lula na apresentação do livro. A edição do diário está sendo feita pelo jornalista Lino Bocchini.