Os países da União Econômica Eurasiática (UEE) e a Indonésia assinaram um acordo de livre comércio. O tratado, que reúne Rússia, Cazaquistão, Bielorrússia, Armênia, Quirguistão e Indonésia, busca diversificar as exportações do bloco e mitigar os efeitos das sanções impostas por países ocidentais.

O acordo estabelece um regime de livre comércio para mais de 90% dos produtos comercializados, abrangendo 95% do volume do comércio bilateral, segundo o presidente russo, Vladimir Putin.

Parte das tarifas será eliminada imediatamente após a entrada em vigor do tratado, enquanto outras serão reduzidas gradualmente ao longo de três a 15 anos.

A lista de produtos contemplados com tarifa zero inclui fertilizantes, produtos químicos e petroquímicos, metais ferrosos e não ferrosos, itens de processamento de madeira e equipamentos de radioeletrônica.

No contexto do acordo, o comércio entre Rússia e Indonésia cresceu 1,8 vez, alcançando US$ 4,3 bilhões (R$ 24 bilhões) ao final de 2024. Os principais produtos negociados são carvão, petróleo, fertilizantes, trigo e metais ferrosos.

Por que isso é importante?

A Indonésia, quarto país mais populoso do mundo com mais de 280 milhões de habitantes, registrou crescimento econômico de 5% nos primeiros nove meses de 2025. A expectativa, segundo o Banco Mundial, é de manutenção desse ritmo até 2026-2027.

O país asiático é destaque na indústria global de mineração, sendo produtor relevante de carvão, cobre, ouro, estanho, bauxita, níquel e cobalto. Apesar de produzir petróleo e gás, a Indonésia não supre totalmente sua demanda interna e busca ampliar sua soberania energética.

Próximos passos

A UEE avalia atualmente um acordo comercial preferencial com a Índia. O bloco já firmou parceria com os Emirados Árabes Unidos (EAU) e mantém um acordo temporário com a Mongólia. Além disso, possui tratados de livre comércio com Vietnã, Singapura, Sérvia e Irã, e acordos de parceria com a China.

Por Sputnik Brasil