CRISE INTERNACIONAL

Venezuela alerta que ações dos EUA podem impactar fornecimento global de energia

Presidente Nicolás Maduro afirma que bloqueio e abordagens a navios venezuelanos ameaçam estabilidade dos mercados e pede reação internacional.

Publicado em 22/12/2025 às 17:09
Militares dos EUA abordam navios venezuelanos, elevando tensão no fornecimento global de energia. © AP Photo / Fernando Llano

A Venezuela advertiu que as ações dos Estados Unidos contra seu comércio energético podem comprometer o fornecimento global de petróleo e gerar instabilidade nos mercados internacionais. O alerta foi feito nesta segunda-feira (22) pelo presidente Nicolás Maduro, em carta aberta direcionada a líderes mundiais.

"Advertimos de forma responsável que essas agressões não impactarão apenas a Venezuela. O bloqueio e a pirataria contra o comércio energético venezuelano afetarão o fornecimento de petróleo e energia, aumentarão a instabilidade dos mercados internacionais e golpearão as economias da América Latina e do Caribe e do mundo, especialmente dos países mais vulneráveis", afirmou Maduro na mensagem, lida pelo chanceler Yván Gil.

O presidente venezuelano ressaltou que a energia não deve ser utilizada como arma de guerra ou instrumento de coerção política. Maduro pediu a condenação de todas as ações de agressão, pirataria e execuções extrajudiciais, além do fim imediato do bloqueio e dos ataques armados contra a Venezuela.

"Devemos ativar os mecanismos do sistema multilateral para investigar, sancionar e impedir a repetição desses fatos. Defender hoje a Venezuela é defender a paz, a legalidade internacional e a estabilidade do mundo", destacou.

Maduro reiterou que o país está preparado para defender sua soberania, integridade territorial e recursos, conforme o direito internacional.

Navios abordados por militares dos EUA

Pelo menos três navios transportando petróleo venezuelano já foram abordados por militares dos Estados Unidos em águas internacionais. Maduro também denunciou o sequestro das embarcações e o desaparecimento forçado das tripulações.

Na última semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o "bloqueio total e completo" de petroleiros que entrem ou saiam da Venezuela. Apesar disso, Maduro assegurou que o governo continuará comercializando petróleo, mesmo diante das ameaças de bloqueio.

Caracas solicitou com urgência uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a ameaça militar dos EUA contra a Venezuela.

A operação militar dos EUA no Caribe, iniciada em agosto, conta com destróieres, um submarino nuclear, o porta-aviões USS Gerald R. Ford e mais de quatro mil militares. Segundo Washington, o objetivo é combater o tráfico de drogas.

O governo venezuelano, por sua vez, classificou o deslocamento militar como parte de uma "guerra híbrida" para forçar uma mudança de liderança no país.

Por Sputnik Brasil