Diretor do Fed alerta para risco de recessão sem ajuste na política monetária
Stephen Miran, do Federal Reserve, afirma que manutenção dos juros pode elevar riscos para a economia dos EUA.
O diretor do Federal Reserve (Fed), Stephen Miran, afirmou nesta segunda-feira (22) que não vê sinais de recessão iminente nos Estados Unidos, mas alertou para o aumento do risco caso a política monetária não seja ajustada para baixo.
Em entrevista à Bloomberg TV, Miran avaliou que os dados mais recentes da economia americana deveriam levar os dirigentes do Fed a uma postura mais 'dovish' (favorável à flexibilização monetária). "Nos últimos meses, tivemos dados de acordo com a minha visão de mundo", destacou. Para ele, a resistência em revisar avaliações diante de novas informações "reflete mal sobre a instituição".
Ao comentar o índice de preços ao consumidor (CPI) divulgado na semana passada, Miran observou que houve "anomalias devido ao shutdown do governo", além de distorções no componente de habitação.
Sobre possíveis estímulos à frente, o dirigente afirmou que as restituições de impostos previstas para o próximo ano devem fornecer "um pouco de estímulo" à economia. Em relação à próxima decisão de política monetária, disse ainda não ter definido se votará por um corte de 25 ou 50 pontos-base, observando que "a necessidade de divergir por 50 pontos-base diminui ao longo do tempo à medida que cortamos os juros".
Miran também abordou questões institucionais, declarando que, caso ninguém seja confirmado para o seu assento até 31 de janeiro, ele deve permanecer no cargo. A data marca o fim de seu mandato na autoridade monetária. Por fim, reconheceu a liderança do presidente do Fed, Jerome Powell, ao conduzir três cortes de juros no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).