O Ministério do Comércio da China (Mofcom) anunciou nesta segunda-feira, 22, a imposição de medidas compensatórias provisórias sobre a importação de determinados produtos lácteos oriundos da União Europeia.

Segundo o comunicado nº 83/2025, as importações desses produtos estarão sujeitas ao pagamento de depósitos de segurança, com alíquotas variando entre 21,9% e 42,7%. A medida entra em vigor já a partir de terça-feira, 23.

A decisão é interpretada pelo mercado como uma retaliação às tarifas aplicadas pela União Europeia sobre veículos elétricos fabricados na China. Entre os itens afetados estão queijos frescos (como requeijão), queijos processados, queijos do tipo azul (como Roquefort), além de leite e creme de leite não concentrados e sem adição de açúcar, com teor de gordura superior a 10%.

No cenário interno, a iniciativa visa oferecer alívio aos produtores de leite chineses, que enfrentam excesso de oferta e preços pressionados pela desaceleração da demanda e custos elevados de produção. A China, terceiro maior produtor mundial de leite, tem promovido ajustes no rebanho para equilibrar o mercado.

Apesar das taxas provisórias chegarem a 42,7%, a maioria das empresas europeias deverá arcar com alíquotas em torno de 30%. O anúncio ocorre menos de uma semana após Pequim finalizar tarifas antidumping sobre a carne suína da UE, cujas taxas definitivas (entre 4,9% e 19,8%) ficaram abaixo das provisórias, sugerindo que o mesmo pode ocorrer com os lácteos.

Com informações da Dow Jones Newswires