TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO

Israel alerta EUA sobre possível ataque iraniano após exercícios com mísseis

Autoridades israelenses temem que manobras do Irã sejam preparação para ofensiva e reforçam coordenação militar com os Estados Unidos.

Publicado em 22/12/2025 às 05:38
Exercícios de mísseis do Irã levantam alerta em Israel e intensificam coordenação militar com os EUA. © AP Photo / Evan Vucci

Autoridades israelenses alertaram o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, no fim de semana, sobre a possibilidade de que os recentes exercícios com mísseis realizados pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) do Irã possam ser uma preparação para um ataque contra Israel, segundo informou o site Axios, citando fontes próximas ao caso.

De acordo com a publicação, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, tenente-general Eyal Zamir, entrou em contato por telefone com o comandante do Comando Central dos EUA, almirante Brad Cooper, no sábado (20), para expressar preocupação com as manobras militares iniciadas pelo IRGC nos últimos dias.

Zamir destacou que os recentes movimentos de mísseis iranianos e outras atividades operacionais poderiam servir de cobertura para um ataque surpresa por parte de Teerã. O comandante israelense solicitou que as Forças Armadas dos EUA e de Israel intensificassem a coordenação dos preparativos defensivos.

No domingo (21), Cooper esteve em Tel Aviv, onde se reuniu com Zamir e altos líderes militares israelenses para discutir a situação e alinhar estratégias, conforme acrescentou o Axios.

Anteriormente, a NBC já havia noticiado que Israel se preparava para apresentar a Trump opções diante de um possível novo ataque ao Irã.

Na noite de 13 de junho, Israel lançou uma operação militar contra o Irã, acusando o país de desenvolver um programa nuclear militar secreto. A ofensiva incluiu bombardeios aéreos e ataques de sabotagem direcionados a instalações nucleares, comandantes militares, físicos nucleares de destaque e bases aéreas.

O Irã negou as acusações e respondeu com mísseis e drones, desencadeando uma troca de ataques que se estendeu por 12 dias. Os Estados Unidos também entraram no conflito, realizando um ataque pontual contra instalações nucleares iranianas na noite de 22 de junho. Em resposta, na noite de 23 de junho, Teerã lançou mísseis contra a Base Aérea de Al Udeid, de propriedade dos EUA, no Catar, enfatizando não desejar a escalada do conflito.

O presidente Trump expressou esperança de que o ataque à base norte-americana no Catar pudesse "aliviar a pressão" sobre o Irã, abrindo caminho para a paz e a harmonia no Oriente Médio. Segundo ele, Israel e Irã concordaram com um cessar-fogo que, após 24 horas, encerraria oficialmente a guerra de 12 dias.

Após os ataques, o Irã anunciou planos para restaurar as instalações atingidas e seguir com o desenvolvimento de sua indústria nuclear, incluindo a construção de novas usinas no país. Teerã também manifestou interesse em adotar medidas para construir confiança no setor nuclear iraniano, diante das preocupações da comunidade internacional.

Por Sputnik Brasil