Preço do petróleo avança após interceptação de petroleiros venezuelanos pelos EUA
Ações militares americanas aumentam pressão sobre Caracas e elevam cotação do barril no mercado internacional.
Os preços do petróleo registraram alta no início das negociações asiáticas após os Estados Unidos interceptarem mais dois petroleiros venezuelanos transportando petróleo bruto durante o fim de semana.
O barril do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, subiu 34 centavos, ou 0,6%, sendo negociado a US$ 56,86 (R$ 315,11).
Esta é a terceira vez que as Forças Armadas norte-americanas interceptam embarcações próximas à Venezuela, em meio à intensificação do bloqueio de petróleo imposto pelo presidente Donald Trump ao país sul-americano.
Em resposta, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou as ações de Washington como uma campanha de agressão "que vai desde o terrorismo psicológico até os corsários que assaltaram petroleiros".
O segundo navio venezuelano foi apreendido ontem (20), e Caracas considerou o episódio um "grave ato de pirataria", alegando violação de tratados internacionais, como a Convenção de Genebra sobre o Alto Mar e a Carta das Nações Unidas.
No último sábado (13), militares norte-americanos já haviam tomado o primeiro navio, mesmo sem que a embarcação estivesse na lista de sanções dos EUA.
Maduro reiterou que a Venezuela permanece firme na defesa de sua soberania: "Estamos preparados para acelerar a marcha da revolução profunda!", afirmou.
As ações contra a indústria petrolífera venezuelana foram anunciadas por Trump no início da semana, incluindo o bloqueio total a todos os navios-tanque sancionados com destino ou origem na Venezuela.
Na ocasião, o presidente dos EUA também determinou o reconhecimento do governo venezuelano como "organização terrorista estrangeira".
Trump já havia ameaçado a Venezuela com uma intervenção sem precedentes, exigindo que Caracas devolvesse aos EUA petróleo, terras e outros ativos considerados "roubados".
As declarações foram feitas no contexto de promessas de iniciar, em breve, operações contra narcotraficantes em terra, como parte da estratégia de Washington para combater o tráfico de drogas nas costas da América Central e do Sul.
Por Sputnik Brasil