Enterro coletivo de 3 mil anos revela crise na Idade do Bronze na Escócia
Descoberta de sepultamento em massa sugere evento catastrófico que atingiu comunidade pré-histórica.
Um cemitério extraordinário da Idade do Bronze, localizado nas colinas do sudoeste da Escócia, revela sinais de uma crise ou desastre que teria atingido uma comunidade pré-histórica há mais de 3.000 anos, segundo a revista Archaeology News.
A publicação destaca que arqueólogos encontraram um túmulo da Idade do Bronze contendo cinco urnas de cerâmica agrupadas em uma cova central.

"A análise dos restos cremados dentro dos vasos revelou que eles pertenciam a pelo menos oito indivíduos, que foram depositados durante um único evento funerário ocorrido entre 1439 e 1287 a.C.", ressalta a publicação.
De acordo com o artigo, a disposição das urnas e dos ossos cremados sugere cremação e sepultamento imediatos, diferentemente de muitos outros sítios da Idade do Bronze, nos quais os rituais eram prolongados ou reutilizados ao longo de gerações.
Esse padrão indica um episódio repentino e concentrado de mortes, possivelmente afetando uma única família ou grupo social.
Além disso, cada urna continha restos mortais de vários indivíduos, incluindo adultos e jovens, todos depositados simultaneamente em circunstâncias consideradas extraordinárias.

Nas proximidades, fossas neolíticas datadas de 2867 a 2504 a.C. indicam que a região já era significativa há séculos: populações retornavam ao local, possivelmente por memória ancestral, e não por ocupação contínua.

Nesse contexto, os arqueólogos sugerem que o enterro coletivo reflete um período de estresse extremo, como fome ou desastre, que teria provocado mortes rápidas.
Segundo a publicação, evidências de dificuldades e declínio populacional também são observadas em outros sítios da Idade do Bronze em Dumfries e Galloway, compondo um retrato da resposta a crises pré-históricas no sul da Escócia.