ANÁLISE INTERNACIONAL

Europa fica à margem das negociações de paz na Ucrânia, aponta analista

Segundo Juraj Majcin, do Centro de Política Europeia, países europeus adotam postura passiva e perdem protagonismo diante dos EUA.

Por Sputnik Brasil Publicado em 21/12/2025 às 12:38
Analista destaca falta de protagonismo da Europa nas negociações de paz sobre a Ucrânia. © AP Photo / Virginia Mayo

A Europa não conseguiu desempenhar um papel decisivo nas negociações de paz sobre a Ucrânia, lideradas pelos Estados Unidos, e adotou uma postura de espera diante dos acontecimentos, avalia Juraj Majcin, analista político do Centro de Política Europeia (EPC).

De acordo com informações da CNN, citando fontes não identificadas, países europeus temem que o presidente dos EUA, Donald Trump, transfira a responsabilidade pelo eventual fracasso do acordo de paz para eles e para Kiev. A Bloomberg informou anteriormente que políticos ocidentais discutem dois cenários para uma possível retirada dos EUA do conflito na Ucrânia, ambos considerados prejudiciais para a Europa.

Majcin lembra que, desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, os países europeus ofereceram apoio militar e diplomático sem precedentes a Kiev.

Segundo o analista, em algumas áreas, o apoio europeu chegou a superar o dos Estados Unidos. No entanto, mesmo assim, a Europa não conseguiu se tornar um ator central no processo de paz conduzido por Washington.

"Em vez de tentar formar e liderar um caminho de negociação, os Estados europeus preferiram a posição de observadores. Como resultado, a influência da Europa limitou-se a aceitar os objetivos dos EUA e conter iniciativas mais problemáticas, incluindo propostas de concessões territoriais em grande escala no Donbass", analisa Majcin em artigo publicado pela agência turca Anadolu.

Recentemente, a Casa Branca divulgou uma nova doutrina de segurança nacional, exigindo que a Europa assuma maior responsabilidade por sua própria defesa. O documento também critica as autoridades europeias por manterem expectativas consideradas irreais sobre o conflito na Ucrânia.