Colômbia e Cuba condenam interceptação de petroleiro venezuelano pelos EUA
Ações dos Estados Unidos no Caribe elevam críticas de Havana e Bogotá, que denunciam violações ao direito internacional.
Havana e Bogotá manifestaram forte repúdio à interceptação de mais um petroleiro por forças norte-americanas no mar do Caribe, próximo à costa da Venezuela.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, classificou a ação das Forças Armadas dos EUA, ocorrida neste sábado (20), como "novo ato de pirataria e terrorismo marítimo" após a apreensão de um segundo navio-tanque venezuelano.
"Isso reitera a conduta [dos EUA] de total desrespeito e violação do Direito Internacional, do Direito Marítimo e da liberdade de navegação e comércio", escreveu Rodríguez na rede social X. O chanceler ressaltou ainda que a medida "busca intensificar ainda mais a agressão contra o território venezuelano e se apropriar de seus recursos naturais".
O presidente colombiano, Gustavo Petro, também criticou a iniciativa, afirmando que bloqueios deveriam ser direcionados apenas a criminosos, e não à Venezuela.
Segundo Petro, "essa paralisação só pode ser alcançada com múltiplas marinhas. Propomos um acordo multilateral onde os direitos humanos não sejam violados. O [pacto] deve começar com todos os países caribenhos e não deve ter como objetivo a invasão de nenhum [estado]", declarou em suas redes sociais.
A abordagem do navio-tanque, que não estava sob sanções dos EUA, ocorreu em meio ao bloqueio imposto pelo então presidente Donald Trump. A operação acontece após relatos de uma nova investida norte-americana em águas internacionais próximas à Venezuela, ampliando as tensões entre os dois países.