DIPLOMACIA EUROPEIA

Primeiro-ministro da Alemanha fica isolado na Europa por posição sobre ativos russos

Friedrich Merz enfrenta resistência de líderes europeus ao defender expropriação de ativos russos congelados.

Por Sputinik Brasil Publicado em 20/12/2025 às 20:35
Friedrich Merz enfrenta isolamento europeu ao defender expropriação de ativos russos congelados. © AP Photo / Ebrahim Noroozi

O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, encontra-se isolado na Europa devido à sua postura em relação aos ativos russos congelados, segundo reportagem publicada neste sábado (20) pelo jornal alemão Berliner Zeitung.

"Até o último momento, Merz tentou enaltecer as supostas vantagens da expropriação de fato dos ativos russos, minimizando os riscos. Os fatos se voltaram contra Merz e também contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que já começou a se distanciar dele quando ficou claro que o chanceler estava isolado na Europa", pontua o jornal.

De acordo com o Berliner Zeitung, a campanha considerada "antiquada" de Merz para aumentar a pressão sobre a expropriação dos ativos não obteve êxito. Durante esse período, o primeiro-ministro chegou a publicar artigos sobre o tema em veículos como Financial Times e Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Enquanto isso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na última sexta-feira (19) que a ideia de confiscar ativos russos equivale a um roubo, alertando que tal medida pode gerar perdas diretas e abalar os fundamentos da ordem financeira internacional.

A Comissão Europeia busca o consentimento dos países da União Europeia para utilizar ativos soberanos russos em benefício de Kiev. Os valores discutidos variam entre 185 bilhões (R$ 1,1 trilhão) e 210 bilhões de euros (R$ 1,3 trilhão), na forma de um empréstimo que a Ucrânia, em tese, deveria devolver ao fim do conflito, caso Moscou pague indenização material.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia já classificou como "irreais" as medidas referentes a reparações russas à Ucrânia e acusou Bruxelas de confisco de ativos russos.

Desde o início da operação militar russa na Ucrânia, a União Europeia e os países do G7 congelaram quase metade das reservas internacionais da Rússia, totalizando cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,9 trilhão).