Peskov afirma que debate eleitoral na Ucrânia responde à proposta de Putin
Porta-voz do Kremlin vê contradição em declarações de Zelensky sobre interferência externa nas eleições ucranianas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que as discussões sobre a possibilidade de eleições na Ucrânia são, em parte, uma reação à proposta do presidente russo, Vladimir Putin, de garantir a segurança durante o pleito no país.
Segundo Peskov, o tema voltou ao centro do debate após declarações recentes do líder ucraniano, Vladimir Zelensky. Para o Kremlin, essa movimentação ocorre justamente em resposta à iniciativa russa de discutir garantias de segurança para a realização de eleições em meio ao conflito.
A proposta foi apresentada por Putin durante sua linha direta com a população, quando afirmou que a Rússia estaria disposta a considerar medidas para assegurar o processo eleitoral na Ucrânia, incluindo a possibilidade de se abster de ataques em profundidade no território ucraniano durante o período de votação.
Peskov também criticou as declarações de Zelensky sobre o tema, afirmando que o presidente ucraniano se contradiz. De acordo com o porta-voz, Zelensky diz que não permitirá interferência externa nas eleições, especialmente por parte de Moscou, ao mesmo tempo em que anteriormente teria recorrido aos Estados Unidos para tratar da questão.
"Ele afirma que não permitirá interferência russa, mas não se opõe à interferência norte-americana", disse Peskov a jornalistas, acrescentando que, na avaliação do Kremlin, o ucraniano "se confunde em suas próprias declarações".
As eleições presidenciais na Ucrânia, previstas para 2024, foram canceladas devido à vigência da lei marcial e à mobilização geral. Putin declarou anteriormente que, em sua avaliação preliminar, o único poder legítimo atualmente no país seria o Parlamento ucraniano e o presidente da Verkhovna Rada.
No início de dezembro, após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendendo a realização de eleições na Ucrânia, Zelensky afirmou estar disposto a alterar a legislação para viabilizar o pleito. O presidente ucraniano disse ter solicitado ao parlamento a elaboração de um projeto de lei para realizar as eleições em um prazo entre 60 e 90 dias.
Por Sputnik Brasil