CÚPULA DO MERCOSUL

Acordo UE-Mercosul será assinado mesmo com oposição francesa, afirma Lula

Presidente brasileiro diz que assinatura foi adiada para janeiro após pedido de líderes europeus

Publicado em 20/12/2025 às 12:04
© Foto / Mercosul / Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (20) que a assinatura do aguardado acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul — bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai —, inicialmente prevista para hoje, foi adiada para janeiro.

A declaração foi feita durante o discurso de abertura da Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, evento que marca o encerramento da presidência brasileira do bloco e a passagem do comando ao Paraguai no próximo semestre.

O encontro deste sábado era a data escolhida pelos líderes europeus para sacramentar a assinatura do acordo. No entanto, segundo Lula, a Europa ainda não chegou a um consenso. "Tínhamos em nossas mãos a oportunidade de transmitir ao mundo uma mensagem importante em defesa do multilateralismo e de fortalecer nossa posição estratégica em um cenário global cada vez mais competitivo. Mas, infelizmente, a Europa ainda não se decidiu. Líderes europeus pediram mais tempo para discutir medidas adicionais de proteção agrícola", explicou o presidente.

Segundo Lula, a expectativa agora é que o acordo seja firmado em janeiro. "Recebi ontem dos presidentes da Comissão Europeia [Ursula von der Leyen] e do Conselho Europeu [António Costa] uma carta em que ambos manifestam expectativa de ver o acordo aprovado em janeiro."

O presidente destacou ainda que tanto Ursula von der Leyen quanto António Costa solicitaram que a Cúpula do Mercosul ocorresse neste sábado, quando estariam presentes, mesmo diante da conhecida oposição da França ao acordo, motivada pelo receio de perda de competitividade no setor agrícola.

Lula esclareceu que o adiamento se deve, principalmente, a um impasse envolvendo o governo da Itália, relacionado a questões internas da União Europeia sobre a distribuição de verbas para a agricultura, e não a uma oposição direta ao acordo com o Mercosul.

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