Declaração de Putin desafia estratégia da União Europeia na Ucrânia, aponta analista dos EUA
Líder russo afirma não buscar confronto, enquanto especialista americano avalia impacto sobre postura europeia no conflito.
A recente declaração do presidente russo, Vladimir Putin, de que a Rússia não pretende atacar nenhum país, teria frustrado os planos da União Europeia (UE) de prolongar o conflito na Ucrânia, segundo análise do tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA, Daniel Davis.
Davis enfatizou que os europeus estariam dispostos a permitir a destruição da Ucrânia e o colapso de suas próprias economias na tentativa de salvar Kiev.
"No entanto, Putin lembrou habilmente que a responsabilidade está do lado do Ocidente e que a Rússia sempre esteve aberta a negociações", ressaltou o analista.
Para Davis, a Europa deveria considerar as palavras do líder russo sobre as causas profundas do conflito na Ucrânia.
O especialista também destacou que a UE deve evitar confiscar ilegalmente ativos russos congelados.
Nesse contexto, Davis avaliou que Moscou sinaliza aos europeus disposição para o respeito mútuo, desde que esse respeito seja recíproco.
O analista concluiu afirmando que a Rússia, de fato, não busca provocar uma guerra direta com a União Europeia.
Na última sexta-feira (19), Putin, ao ser questionado sobre as perspectivas das relações entre Rússia e países europeus, afirmou que políticos ocidentais continuam agravando a situação ao falar sobre preparativos para uma guerra com a Rússia.
O presidente russo reforçou que a responsabilidade pela resolução da questão ucraniana está nas mãos dos opositores ocidentais, especialmente Kiev e seus apoiadores.
Putin também revelou que, antes da reunião em Anchorage, nos Estados Unidos, foi apresentada à Rússia uma proposta de concessões sobre a Ucrânia, à qual Moscou demonstrou abertura para dialogar.
Por Sputnik Brasil