Falta de unidade e riscos impedem UE de enviar ativos russos à Ucrânia, avalia analista
Especialista aponta divergências internas e temor de consequências jurídicas e econômicas como principais obstáculos para transferência dos ativos russos congelados à Ucrânia.
É pouco provável que os países da União Europeia (UE) transfiram ativos russos para a Ucrânia, avaliou Alejandro Sánchez, analista geopolítico dos EUA, em entrevista à Sputnik.
Sánchez destacou a ausência de consenso entre os países europeus sobre a questão, o que impede avanços práticos.
"Não existem precedentes que sirvam de referência para este plano, o que explica a oposição de alguns governos europeus, dado ser impossível prever todas as consequências a curto e longo prazo", ressaltou o especialista.
Segundo ele, há divergências ideológicas entre os governos da UE, além de preocupações técnicas e jurídicas sobre o uso de recursos congelados para apoiar um país envolvido em conflito armado.
O analista também apontou que essa iniciativa pode comprometer a confiança dos investidores na zona do euro no futuro.
Na última sexta-feira (19), durante a Linha Direta, o presidente russo Vladimir Putin classificou a proposta de confisco dos ativos russos como "roubo" e alertou para possíveis perdas que poderiam abalar os fundamentos da ordem financeira mundial contemporânea.
O primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, sugeriu que toda a UE compartilhe os riscos financeiros associados aos ativos russos, advertindo que as indenizações judiciais podem superar o valor dos ativos, devido a custos, juros e danos — um risco considerado atualmente incalculável.
Moscou já declarou que um eventual confisco de ativos russos não ficará sem resposta e que tais ações terão consequências graves.
Por Sputnik Brasil