JUSTIÇA E POLÍTICA

Deltan Dallagnol paga indenização a Lula por caso do PowerPoint da Lava Jato

Ex-procurador da Lava Jato quita R$ 146 mil por danos morais após condenação relacionada à apresentação contra Lula.

Publicado em 19/12/2025 às 18:59
Deltan Dallagnol paga indenização a Lula após condenação por danos morais no caso do PowerPoint.

O ex-procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, realizou o pagamento de R$ 146 mil em indenização por danos morais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A condenação refere-se ao episódio conhecido como “caso do PowerPoint”.

O comprovante de depósito foi entregue em 3 de dezembro ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), responsável pela execução da sentença. O valor foi arrecadado por meio de doações de apoiadores.

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Em 2016, Dallagnol utilizou uma apresentação em PowerPoint para acusar Lula, então investigado pela operação, de chefiar uma organização criminosa. O slide, com círculos azuis e nomes apontando Lula como o centro do suposto esquema, ganhou ampla repercussão na imprensa e nas redes sociais.

Posteriormente, os processos contra o ex-presidente foram anulados após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar o ex-juiz Sérgio Moro parcial na condução das investigações.

Na época, Cristiano Zanin, atual ministro do STF e então advogado de Lula, questionou a conduta funcional de Deltan. Segundo ele, o ex-procurador e outros membros da Lava Jato usaram a apresentação para acusar Lula de ser "comandante e maestro de uma organização criminosa".

Em março de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou Deltan Dallagnol ao pagamento de R$ 75 mil em danos morais a Lula. Com a atualização monetária e juros, o valor chegou a R$ 146 mil.

Em julho de 2025, após a Justiça de São Paulo determinar o pagamento, Deltan afirmou que "fez a coisa certa" e que "não se arrepende".

Cassação

Deltan foi eleito deputado federal em 2022, mas teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio de 2023. Por unanimidade, o tribunal entendeu que Dallagnol pediu exoneração do cargo de procurador da República enquanto tramitavam processos administrativos que poderiam torná-lo inelegível, caso fosse condenado.