O Senado dos Estados Unidos aprovou, na quarta-feira (17), por 67 votos a 30, a nomeação de Jared Isaacman, bilionário próximo ao CEO da SpaceX, Elon Musk, para o cargo de diretor da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa).

Com 42 anos, Isaacman fez fortuna no setor de pagamentos on-line e assume a liderança da agência espacial norte-americana em um cenário de cortes orçamentários e sob pressão do presidente Donald Trump para antecipar o retorno dos EUA à Lua em relação à China, além de viabilizar a primeira missão tripulada a Marte.

No início de dezembro, Isaacman comprometeu-se publicamente a superar a China na nova corrida espacial. "Os EUA voltarão à Lua antes do nosso grande rival e estabeleceremos lá uma presença duradoura", prometeu durante audiência no Congresso.

A promessa ocorre em meio a alertas crescentes de que Pequim pode atingir o feito primeiro, diante dos constantes atrasos do programa lunar Artemis, da Nasa.

Indicação polêmica

Trump nomeou Isaacman no ano passado, mas retirou a indicação em maio, após divergências com Musk sobre políticas do governo, como a agenda para veículos elétricos e o desempenho do Departamento de Eficiência Governamental — órgão que foi liderado pelo empresário nos primeiros meses do segundo mandato de Trump e encerrado em novembro.

O presidente voltou a indicar Isaacman em novembro. Até a confirmação, o secretário de Transportes, Sean Duffy, atuava como administrador interino da Nasa.

Fundador da Shift4 Payments, empresa de tecnologia financeira da Pensilvânia, e cofundador da Draken International, companhia aeroespacial da Flórida, Isaacman já manteve negócios com empreendimentos ligados a Musk, como a Starlink.

Durante a segunda audiência de confirmação, em dezembro, o senador democrata Gary Peters questionou Isaacman sobre os motivos que levaram Trump a reconsiderar sua indicação e pediu garantias de que os vínculos com Musk e a SpaceX não gerariam conflitos de interesse.

Isaacman respondeu que "nem sequer ousaria especular" sobre as decisões do presidente e afirmou estar comprometido em evitar conflitos de interesse. Em carta enviada em junho, prometeu renunciar a cargos no setor privado caso fosse confirmado como administrador da Nasa.

Parte das propostas de Isaacman foi bem recebida por republicanos, enquanto democratas manifestaram resistência, citando custos de projetos e prioridades da agência.

"Por quase 70 anos, os EUA estiveram na vanguarda da exploração espacial. O presidente Trump sabe o quão crucial é revitalizar a Nasa enquanto buscamos alcançar novos patamares na maior fronteira já conhecida, e é por isso que ele escolheu exatamente o homem certo para o cargo", afirmou o senador republicano Tim Sheehy em comunicado.

Sheehy acrescentou que está confiante de que Isaacman "trabalhará incansavelmente para garantir que os EUA vençam a corrida espacial do século XXI".

Com informações das agências internacionais.