MERCADO FINANCEIRO

Febraban manifesta confiança no Banco Central após questionamento do TCU sobre caso Master

Federação de bancos defende autonomia do BC e reforça importância de supervisão firme após liquidação do Banco Master.

Publicado em 19/12/2025 às 16:48
Sede do TCU em Brasília Valter Campanato/Agência Brasil

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) declarou nesta sexta-feira, 19, ter "plena confiança" na atuação do Banco Central, após o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitar esclarecimentos sobre a liquidação extrajudicial do Banco Master. Mais cedo, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) também havia manifestado apoio à autoridade monetária.

Em resposta ao questionamento do TCU, a Febraban enviou ao Broadcast uma nota defendendo a independência institucional do Banco Central. A entidade citou diretamente o caso Master e ressaltou que a solidez do sistema financeiro depende de uma regulação rigorosa e de uma supervisão constante.

A Febraban afirmou confiar no BC "em todos os seus âmbitos de atuação: sob a ótica da regulação, da supervisão, da política monetária e da política cambial".

Segundo a Federação, a sociedade demanda um Banco Central autônomo, capaz de tomar decisões independentes e manter "vigilância absoluta" sobre a indústria financeira, especialmente no que diz respeito à integridade do setor.

O comunicado reflete o apoio mais amplo que banqueiros vêm demonstrando à condução do caso Master.

Fontes do mercado, em conversas reservadas ao longo das últimas semanas, destacaram ao Broadcast que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, agiu com base em evidências robustas, após o crescimento acelerado do Master durante a gestão anterior, impulsionado por uma estratégia agressiva de distribuição de Certificados de Depósito Bancário (CDBs).

Ao decretar a liquidação do Master no mês passado, o Banco Central apontou uma "grave crise de liquidez" e violações de normas regulatórias pela instituição.

O presidente do Master, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso sob suspeita de fraudes na emissão de títulos de crédito falsos. No fim de novembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a soltura de Vorcaro e de outros executivos do banco, que passaram a usar tornozeleira eletrônica.