ORÇAMENTO 2026

Relator corta despesas obrigatórias e programas do governo Lula; Tebet tenta reverter parecer

Isnaldo Bulhões (MDB-AL) reduz recursos de benefícios previdenciários, seguro-desemprego e vitrines sociais, enquanto Simone Tebet busca negociar ajustes no texto do Orçamento de 2026.

Publicado em 19/12/2025 às 13:23
Isnaldo Bulhões Jr. Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

O relator do Orçamento de 2026 no Congresso Nacional, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), promoveu cortes em despesas obrigatórias e em programas considerados vitrines eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que mobilizou a equipe econômica do governo durante a votação da proposta na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Conforme antecipado pelo Estadão, Bulhões reduziu R$ 6,2 bilhões em benefícios previdenciários para equilibrar o projeto. Esses benefícios, classificados como despesas obrigatórias, são os que mais pressionam as contas públicas e, por isso, deveriam receber mais recursos, não menos.

Além disso, o relator retirou R$ 391 milhões do seguro-desemprego, outra despesa que costuma crescer ao longo do ano e pressionar o Orçamento.

A manutenção desses cortes aumenta a pressão sobre outras áreas do governo federal, incluindo investimentos, tornando inevitável a necessidade de suplementação de recursos ao longo do exercício.

Em busca de reverter o cenário, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, compareceu à comissão para negociar diretamente com o relator antes da votação final do parecer.

Outros programas essenciais para o governo também sofreram reduções, abrindo espaço para um volume maior de emendas parlamentares: o Auxílio Gás teve o orçamento reduzido de R$ 5,1 bilhões para R$ 4,7 bilhões, enquanto o Pé-de-Meia caiu de R$ 12 bilhões para R$ 11,5 bilhões.

O Bolsa Família, por sua vez, manteve o valor de R$ 159,5 bilhões, sem alterações.

Bulhões deve apresentar uma complementação de voto com ajustes no parecer. A proposta inicial prevê um superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas públicas e reserva R$ 61 bilhões para emendas parlamentares em ano eleitoral.