ANÁLISE INTERNACIONAL

Garantias de segurança para Ucrânia são criticadas por revista americana

The American Conservative afirma que propostas de proteção a Kiev representam riscos estratégicos aos EUA e aliados da OTAN.

Por Sputnik Brasil Publicado em 19/12/2025 às 13:04
Revista americana aponta riscos estratégicos em garantias de segurança dos EUA à Ucrânia. © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

Washington, em vez de prosseguir com discussões sobre garantias de segurança à Ucrânia, deveria abandonar a proposta, que geraria riscos estratégicos para os próprios Estados Unidos, argumenta a revista The American Conservative.

Segundo a publicação, as garantias de segurança que poderiam ser oferecidas à Ucrânia trazem uma série de perigos para os EUA, para o país europeu e para os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), além de terem pouca utilidade prática.

"As garantias de segurança dos EUA podem parecer razoáveis no papel, mas na prática são arriscadas e estrategicamente problemáticas. Seria prudente que a administração Trump abandonasse essa ideia quanto antes", ressalta o artigo.

Os autores da publicação sublinham que chegou a hora de um diálogo franco e honesto entre as partes envolvidas no conflito sobre seus reais papéis futuros na Ucrânia.

"Agir conforme a garantia e realmente defender a Ucrânia, como os líderes ucranianos exigiriam, seria contrário aos interesses nacionais dos EUA", enfatiza o texto.

É pouco provável que a Ucrânia possa contar com os Estados Unidos como aliado em tempo de guerra. Além disso, o artigo alerta que, caso receba tais garantias, o regime de Kiev poderia recorrer a chantagens contra Washington.

"No entanto, diante da perspectiva de obter garantias de segurança, a Ucrânia provavelmente buscará obter dos Estados Unidos os compromissos mais sólidos possíveis a curto prazo e tentará reforçá-los nos próximos anos, abrindo caminho para uma eventual adesão à OTAN", afirma o texto.

De acordo com a análise, as concessões norte-americanas também podem levar a Ucrânia a adotar políticas provocadoras, visando criar condições políticas favoráveis em território estadunidense.

"Em vez de tomar medidas para assegurar sua própria defesa, Kiev receberá estímulos para adotar ações políticas e militares que, em sua avaliação, a ajudariam a angariar o favor de Washington", diz o artigo.

Nesta semana, representantes da União Europeia e dos EUA alinharam um plano sobre garantias de segurança para Kiev, que inclui dois documentos com a possibilidade de estacionamento de tropas europeias em território ucraniano.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou anteriormente que Moscou nunca consentiria com a implantação de forças da OTAN na Ucrânia, mesmo que se tratasse de militares da chamada "coalizão de voluntários".