Von der Leyen se diz confiante em acordo UE-Mercosul para janeiro
Presidente da Comissão Europeia aposta em maioria qualificada para viabilizar tratado, mesmo após adiamento causado por protestos de agricultores.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta sexta-feira, 19, que está "confiante" em obter o apoio necessário para a assinatura do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul em janeiro. A decisão, inicialmente prevista para este sábado, 20, foi adiada após protestos de agricultores da França e da Itália contrários ao tratado.
"Estou confiante de que teremos a maioria necessária", declarou Von der Leyen em coletiva de imprensa. Para aprovar o acordo, é preciso o aval da chamada maioria qualificada: o voto favorável de 15 países que representem ao menos 65% da população europeia. Já para barrar o tratado, os votos precisam somar 35% da população do bloco.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou na sexta-feira. Segundo ele, ainda é "muito cedo" para afirmar se a França aceitará o pacto em janeiro, diante da forte oposição de agricultores e partidos políticos locais.
"Espero que sim, porque isso significaria que teríamos feito progressos que, em alguns casos, seriam históricos", acrescentou Macron.
Ele destacou, porém, que os avanços exigidos pela França precisam ser implementados para que "o texto mude de natureza".
O acordo entre União Europeia e Mercosul está em negociação há 26 anos e, se aprovado, criará a maior zona de livre comércio do mundo.
Pelo tratado, os europeus poderão exportar veículos e máquinas para os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai). Em contrapartida, os produtos sul-americanos como carne, arroz, mel e soja terão maior acesso ao mercado europeu, o que preocupa produtores europeus devido à competitividade e aos padrões de produção.
Com informações da Associated Press