O principal suspeito do ataque a tiros ocorrido no último sábado (13) na Universidade Brown, que resultou na morte de dois estudantes e deixou outros nove feridos, foi encontrado morto em um depósito em New Hampshire nesta quinta-feira (18), segundo a polícia dos Estados Unidos. As autoridades informaram que Claudio Neves Valente, de 48 anos, teria cometido suicídio.

Valente, natural de Portugal e ex-aluno da Universidade Brown, onde fez pós-graduação no início dos anos 2000, também era investigado pelo assassinato de Nuno F. G. Loureiro, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), morto a tiros em sua residência em Brookline na segunda-feira.

Conexão entre crimes

A investigação sobre o tiroteio em Brown ganhou um novo rumo na quinta-feira, após as autoridades confirmarem que apuravam uma possível ligação entre o ataque à universidade e o homicídio ocorrido dois dias depois, próximo a Boston, que vitimou o professor português do MIT.

Até o momento, as autoridades não divulgaram detalhes sobre as conexões entre os crimes. Três fontes próximas ao caso, que falaram sob condição de anonimato, confirmaram a mudança no foco da investigação. Duas delas informaram que os investigadores já haviam identificado uma pessoa de interesse e realizavam buscas ativas. O FBI, anteriormente, havia declarado não haver indícios de ligação entre os dois casos.

Vítimas dos ataques

Na Universidade Brown, os dois estudantes mortos e os nove feridos estavam estudando para uma prova final em uma sala de aula, localizada no primeiro andar de um edifício antigo do setor de engenharia, quando o atirador invadiu o local e disparou.

As vítimas fatais foram Ella Cook, de 19 anos, estudante do segundo ano, e Mukhammad Aziz Umurzokov, de 18 anos, calouro. Ella, cujo funeral será realizado na segunda-feira (22), era atuante em sua igreja no Alabama e vice-presidente do grupo de Republicanos da universidade. Já Umurzokov, que imigrou do Uzbequistão para os EUA ainda criança, aspirava ser médico.

Entre os feridos, seis permaneciam internados em condição estável até esta quinta-feira, enquanto outros três já haviam recebido alta, conforme informações das autoridades.

O professor do MIT, Nuno F. G. Loureiro, de 47 anos, era casado e integrava a universidade desde 2016. Em 2024, foi nomeado diretor do Centro de Ciência do Plasma e Fusão, liderando pesquisas em tecnologias de energia limpa. O centro, um dos maiores laboratórios do MIT, conta com mais de 250 profissionais distribuídos em sete prédios. Loureiro lecionava física, ciência e engenharia nuclear. (Com agências internacionais)