Tesouro Nacional conclui avaliação de crédito para os Correios
Operação envolve cinco bancos e prevê empréstimo de R$ 10,5 bilhões com juros reduzidos e prazo de 15 anos.
O Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira, 18, que concluiu a avaliação da operação de crédito dos Correios, envolvendo um conjunto de cinco instituições financeiras — três privadas e duas públicas. Segundo apuração do Estadão, Caixa, Bradesco e Banco do Brasil emprestarão R$ 3 bilhões cada, enquanto Itaú e Santander concederão R$ 1,5 bilhão cada um.
De acordo com fontes próximas à negociação, o empréstimo terá juros de 115% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), com carência de três anos e prazo total de 15 anos.
“A operação respeitou o limite de taxa de juros estipulado pelo Tesouro Nacional para operações com a aval da União e atendeu aos requisitos para análise de capacidade de pagamento para empresas estatais com plano de reequilíbrio aprovado pelas instâncias competentes”, informou o órgão.
Em meio à crise financeira, em 9 de dezembro, o governo Lula editou um decreto permitindo que estatais não dependentes em dificuldades operacionais apresentem plano de reequilíbrio econômico-financeiro, com possibilidade de aporte futuro do Tesouro.
O próximo passo será a negociação das minutas contratuais entre as partes envolvidas, sob supervisão da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e do Tesouro Nacional.
Segundo o Tesouro, em relação à proposta anteriormente cogitada pela companhia, a operação aprovada agora se enquadra nos limites de juros definidos, representando uma diferença “substancial” nos encargos, o que implica redução de quase R$ 5 bilhões no custo com juros para os Correios em comparação à proposta original.
Os Correios acumulam prejuízo de R$ 6,05 bilhões de janeiro a setembro deste ano e buscam recursos para reequilibrar as contas. Desde 2022, o prejuízo da estatal soma R$ 10 bilhões.
No início do mês, o Tesouro Nacional rejeitou um empréstimo de R$ 20 bilhões, valor inicialmente solicitado pela estatal, após cinco bancos proporem juros de 136% do CDI. O órgão determinou que os juros deveriam ficar dentro do teto de 120% do CDI, conforme estabelecido pelo Comitê de Garantias do Tesouro.
Com o novo empréstimo, a empresa pretende quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão, pagar fornecedores em atraso, financiar um programa de desligamento voluntário (PDV) e investir para recuperar espaço no mercado de encomendas, além de buscar novas fontes de receita.