O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que manteria a arquitetura do arcabouço fiscal, mas admitiu a possibilidade de discussão para alterar alguns parâmetros. Segundo ele, a questão fiscal continuará "inspirando os cuidados devidos".

"Eu penso que, qualquer que seja o governo, vai continuar aprimorando o arcabouço fiscal", disse Haddad durante café com jornalistas, na tarde desta quinta-feira, 18. "Eu manteria a arquitetura do arcabouço fiscal, aí você pode discutir os parâmetros do arcabouço, 'olha, vou manter o arcabouço, mas vou apertar mais', 'vou apertar menos'. Discutir os parâmetros do arcabouço fiscal à luz da evolução fiscal é algo que, na minha opinião, vai acontecer", completou.

O ministro elogiou a estrutura do arcabouço, classificando-a como "muito boa". Relatou ter ouvido de organismos internacionais e técnicos que se trata da melhor arquitetura conhecida, por conjugar regra de gastos e meta de resultado primário. Haddad lembrou que, quando o arcabouço foi divulgado, em 2023, recebeu "apoio incondicional de todo mundo", inclusive do mercado.

"Nem sei se tem proposta de outro caminho de arquitetura para o arcabouço", acrescentou. "Eu não vejo razão nenhuma para mudar a estrutura, a arquitetura do arcabouço fiscal", afirmou, ponderando que um governo mais à direita, eleito nas urnas, pode eventualmente alterar "um parâmetro ou outro". "É da democracia isso acontecer", considerou.

Haddad ressaltou, no entanto, que não conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a manutenção do arcabouço em eventual novo mandato.

Sobre a possibilidade de um teto para a dívida pública, como vem sendo discutido no Senado, Haddad se posicionou contrário. "Eu não considero esse um caminho exequível", declarou.