INVESTIGAÇÃO FEDERAL

PF pede prisão de senador Weverton Rocha por fraude no INSS, mas STF nega

Senador é investigado por suposto envolvimento em esquema que causou descontos indevidos em benefícios do INSS; ministro André Mendonça rejeitou pedido de prisão.

Publicado em 18/12/2025 às 17:19
Senador Weverton Rocha é alvo de investigação da PF por suposta fraude no INSS; STF nega pedido de prisão. © Foto / Waldemir Barreto / Senado

A Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do senador Weverton Rocha (PDT-MA), suspeito de envolvimento em um esquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que resultou em descontos indevidos em aposentadorias e pensões de mais de 5 milhões de pessoas.

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, Rocha teria recebido "recursos ou benefícios por meio de interpostas pessoas, alguns deles assessores parlamentares". Com base nessas investigações, a PF formalizou o pedido de prisão ao STF.

No entanto, o ministro André Mendonça, relator do inquérito no STF, negou o pedido, acompanhando o entendimento da Procuradoria-Geral da República, que não encontrou fundamentos para a detenção do senador.

Em nota oficial, Weverton Rocha afirmou ser inocente, declarou ter recebido com surpresa as buscas em sua residência e ressaltou que responsabilidades não devem ser atribuídas sem provas concretas.

"Ressalto que a decisão da Corte é clara ao reconhecer a ausência de provas que me vinculem a práticas ilícitas ou ao recebimento de recursos irregulares. Relações profissionais de terceiros não podem ser usadas para me imputar responsabilidade sem fatos concretos."

Segundo o ministro Mendonça, as investigações da PF indicam que o senador "teria se beneficiado dos valores ilícitos provenientes dos descontos associativos fraudulentos, além de manter relações próximas com integrantes da organização criminosa investigada".

O magistrado destacou ainda que a prisão de um senador impacta o "pleno exercício do mandato parlamentar" e pode gerar efeitos drásticos para o país.

"Por mais que seja possível a citada medida, trata-se de provimento judicial que exige extrema cautela. Ademais, o controle social mais intenso sobre a atuação parlamentar mitiga o risco de atos do investigado que possam prejudicar o andamento do processo investigativo."

Ex-número 2 da Previdência tem prisão decretada

O ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, teve prisão domiciliar decretada nesta quinta-feira (18), após nova fase da Operação Sem Desconto. Segundo o portal G1, a PF encontrou anotações de um repasse de R$ 50 mil direcionados a Adroaldo em uma planilha de Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.

Além disso, investigadores apontaram que, entre 23 de outubro de 2023 e 29 de janeiro de 2024, foram realizados depósitos em espécie na conta de Adroaldo que somaram mais de R$ 249 mil.

Por Sputnik Brasil