POLÍTICA E ECONOMIA

Guimarães afirma que Haddad deixará economia em situação confortável para sucessor

Líder do governo na Câmara destaca balanço positivo da gestão econômica e defende cautela com projetos de impacto fiscal.

Publicado em 18/12/2025 às 15:02
José Guimarães Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta quinta-feira (18) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "vai entregar a economia do Brasil em uma situação absolutamente confortável para o seu sucessor". Guimarães ponderou, no entanto, que essa condição depende da permanência de Haddad no governo. "Se ele sair, porque eu sou contrário de sair do governo, acho que ele não tinha que sair do governo. Para sair do governo, tinha que ser candidato em São Paulo. Mas aí é tarefa para Luiz Inácio Lula da Silva", ressaltou o deputado durante café com jornalistas.

Guimarães também fez um balanço das aprovações de projetos de interesse do governo na Câmara. "Pelas derrotas que sofremos e, ao mesmo tempo, pelo que nós aprovamos, eu não imaginava que começaríamos o ano com tanta perspectiva fiscal e de tranquilidade", avaliou.

Questionado sobre pautas aprovadas na Câmara com grande impacto fiscal, como a Proposta de Emenda à Constituição da aposentadoria dos agentes de saúde, Guimarães destacou a necessidade de buscar soluções para minimizar os efeitos. "Todo mundo tem um discurso que o País não pode gastar mais do que arrecada. Todo mundo, da direita à esquerda. Ninguém quer desarrumar as contas públicas. Mas aí quando vêm os projetos é sempre assim. E há decisão do Supremo, de que, para você votar um aumento, tem que ter a fonte. Porque, senão, o governo recorre e ganha", explicou.

O deputado defendeu ainda uma "profunda reforma de teto (do funcionalismo público), de supersalário", mas reconheceu que "não dá para fazer tudo em quatro anos". Guimarães acrescentou que a reunião de líderes prevista para quarta-feira (17) foi cancelada porque a lista de projetos a serem debatidos na possível sessão plenária – que também acabou cancelada – continha "só bomba atômica".

"A razão de não ter tido sessão ontem é exatamente isso. Como é que nós vamos fazer o último período do ano, vamos nos meter numa confusão dessa de projeto com impacto? Acabamos de cortar, diminuir os benefícios fiscais. Aí de noite bota mais R$ 50 bi dentro. Então, isso não pode também", concluiu, sem detalhar quais seriam esses projetos.