ECONOMIA

Galípolo destaca importância de entender prêmio cobrado do Tesouro na dívida pública

Presidente do Banco Central ressalta peculiaridades do Brasil e defende debate sobre custos do endividamento atrelado à Selic.

Publicado em 18/12/2025 às 14:35
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo Reprodução / internet

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (18) que compreender o prêmio cobrado do Tesouro Nacional é fundamental para o debate sobre a dívida pública brasileira. Segundo ele, o Brasil possui uma característica singular: quase metade da dívida pública está vinculada à Selic, a taxa básica de juros.

Em outros países, observou Galípolo, é mais comum que a maior parte da dívida esteja atrelada a taxas de juros de longo prazo, derivadas de leilões de títulos soberanos, e não à taxa de juros de curto prazo.

O presidente do BC elogiou o trabalho do Tesouro e explicou que, ao optar por vincular a dívida à Selic, provavelmente essa era a alternativa mais barata disponível para o financiamento, em comparação às taxas de longo prazo. "A Selic pode estar alta agora, pode estar alta há algumas décadas no Brasil, mas quando você vê esse resultado, está dizendo o seguinte: o que se decidiu fazer foi financiar linkando à Selic, porque a outra alternativa era ainda mais cara", afirmou.

Galípolo acrescentou que o Ministério da Fazenda tem discutido as razões pelas quais o Brasil mantém taxas de juros historicamente mais elevadas do que seus pares internacionais, mesmo apresentando um comportamento econômico diferente do esperado para esse patamar de juros.

Para ele, essa é uma discussão das mais relevantes. "A taxa de juros que o mercado cobra para o Tesouro se financiar é ainda mais alta ao longo da história do que é colocado ali. Eu acho que é um tema muito importante: entender por que é que tem um prêmio desse tamanho cobrado", concluiu.