Os dois blocos de saneamento de Pernambuco leiloados na manhã desta quinta-feira, 18, somaram aproximadamente R$ 4,2 bilhões em outorgas. O fundo Patria desembolsou R$ 720 milhões pelo primeiro lote, marcando sua estreia no setor. Em seguida, o consórcio formado por BRK e Acciona ofertou R$ 3,5 bilhões pelo segundo bloco.

No primeiro leilão, o Patria arrematou a microrregião Sertão, composta por 24 municípios pernambucanos. Por meio do fundo Infraestrutura BR v Saneamento Holding II, a gestora ofereceu desconto máximo de 5% sobre a tarifa, alcançando uma outorga de R$ 720 milhões — ágio de 727% em relação ao valor mínimo de R$ 87 milhões estipulado em edital.

A gestora superou a concorrência da Aegea e da VPE Participações, ligada à Cymi. A empresa foi incorporada, em 2021, pelo grupo francês Vinci.

Já no Bloco 2, o consórcio BRK e Acciona não enfrentou concorrentes. O lote engloba a microrregião RMR-Pajeú, com 150 municípios, incluindo Recife e o distrito de Fernando de Noronha. As empresas também ofereceram desconto máximo de 5% e uma outorga de R$ 3,5 bilhões, representando ágio de 60%.

Os dois blocos juntos preveem cerca de R$ 19 bilhões em investimentos ao longo dos 35 anos de contrato. Desse total, R$ 15,4 bilhões serão destinados ao bloco RMR-Pajeú e R$ 2,938 bilhões ao lote do Sertão, além de R$ 773 milhões em obras de produção.

Entre as principais metas da concessão está a universalização dos serviços de saneamento. O projeto prevê ampliar o acesso à água para 99% da população e à rede de esgoto para 90% até 2033, além de reduzir as perdas de água para até 25%. Atualmente, Pernambuco conta com cerca de 87% de cobertura de água, 34% de esgoto e perdas de 48%, segundo dados apresentados no projeto.