ARTICULAÇÃO POLÍTICA

Lula pressiona aliados e busca neutralidade de MDB e PSD na disputa presidencial de 2026

Presidente cobra definição de partidos aliados para evitar alianças formais com a direita e consolidar apoios no centro.

Publicado em 18/12/2025 às 09:30
Lula intensifica articulação para garantir neutralidade de MDB e PSD nas eleições de 2026. © Foto / Twitter / Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou as cobranças a ministros e partidos aliados, exigindo uma definição clara sobre o posicionamento de cada sigla nas eleições presidenciais de 2026. Lula busca, ao menos, garantir a neutralidade de MDB e PSD, principais forças do centro político, para evitar alianças formais dessas legendas com a direita, enquanto o governo trabalha para consolidar palanques estaduais e ampliar apoios em meio à indefinição da oposição.

O recado foi transmitido durante a última reunião ministerial do ano, quando Lula afirmou que chegou "a hora da verdade" e que cada partido deverá se posicionar publicamente sobre seu lado na disputa. Segundo auxiliares, o presidente também pretende mapear quem estará ao seu lado em 2026, estendendo a cobrança ao segundo escalão para garantir fidelidade partidária.

A estratégia do Planalto é aproveitar o momento de indefinição da oposição — especialmente em relação à possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) — para fortalecer alianças ao centro e consolidar apoios regionais. De acordo com a Folha de S.Paulo, a ministra Gleisi Hoffmann foi encarregada de identificar os padrinhos políticos de ocupantes de cargos federais, abrindo espaço para substituições que fortaleçam as alianças locais.

No MDB, a ala paulista pressiona por apoio a Tarcísio, mas diretórios do Norte e Nordeste, mais próximos de Lula, podem forçar uma posição de neutralidade nacional. Em estados como Mato Grosso do Sul, o PT negocia concessões, como a retirada de candidaturas, para atrair aliados, desde que não haja apoio explícito a governadores ligados ao bolsonarismo.

No PSD, o cenário é mais complexo. O partido abriga nomes do governo, como Gilberto Kassab, mas também setores simpáticos a Tarcísio. Kassab cita outros possíveis candidatos caso Tarcísio não concorra e descarta apoio a Flávio Bolsonaro. Sua própria intenção de disputar o governo paulista adiciona tensão às negociações.

Em Minas Gerais, o PSD lançou o vice de Romeu Zema (NOVO) ao governo estadual, mesmo tendo um ministro no governo federal. Líderes da legenda avaliam que Kassab pode adotar uma neutralidade ampla, permitindo que cada estado defina seu próprio caminho.

Segundo a Folha, emedebistas avaliam que o recado de Lula foi especialmente direcionado ao PSD, que tem feito movimentos mais explícitos na arena eleitoral. O governo trabalha para impedir que alianças nacionais se formem em torno de Tarcísio, considerado pelo PT o adversário mais provável em 2026.

Por Sputnik Brasil