O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta quinta-feira que o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul não pode ser assinado neste momento. Ao chegar ao Conselho Europeu, em Bruxelas, Macron defendeu a necessidade de um "freio de emergência" para o pacto, reiterando sua posição contrária à assinatura do documento.

"A Comissão Europeia fez uma proposta, o Parlamento a melhorou e aprimorou as medidas de salvaguarda do Mercosul, mas buscamos cláusulas de reciprocidade e espelhamento no acordo comercial com o Mercosul e não estamos prontos para seguir com o acordo", afirmou o presidente francês aos jornalistas.

Macron ressaltou que a questão é de coerência para a Europa, que, segundo ele, deve proteger sua agricultura e seus agricultores. "Não podemos aceitar sacrificar a nossa coerência, nossa agricultura, nossa alimentação e a segurança alimentar dos nossos compatriotas para um acordo que ainda não foi finalizado. Desde o início, fomos claros", enfatizou, alertando que diversos setores já enfrentam desafios e seriam "sacrificados" com o pacto com o Mercosul.

O líder francês destacou ainda que é "extremamente importante" que o Conselho Europeu demonstre a capacidade do bloco de proteger seu território, cidadãos, segurança, economia e agricultura.

Durante sua fala, Macron também comentou sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, apontando que o principal objetivo é conter as ações de Moscou. Ele acrescentou que os países europeus buscam oferecer suporte financeiro e resistência aos ucranianos. "Na cúpula, chegaremos a uma posição conjunta sobre como financiar o esforço de guerra na Ucrânia", concluiu.