CONFLITO NO LESTE EUROPEU

Reino Unido conclui preparativos para envio de tropas à Ucrânia, revela mídia

Fontes do Ministério da Defesa britânico afirmam que planos para envio de forças de paz estão prontos e aguardam cessar-fogo.

Por Sputnik Brasil Publicado em 17/12/2025 às 17:52
Tropas britânicas prontas para possível missão de paz na Ucrânia, aguardando cessar-fogo. © AP Photo / Kin Cheung

O governo do Reino Unido finalizou os preparativos para o envio de um contingente militar à Ucrânia, caso seja firmado um cessar-fogo no conflito, informou o portal i Paper nesta quarta-feira (17), citando fontes do Ministério da Defesa britânico.

"Londres acelera os preparativos para enviar forças de paz à Ucrânia, adquire equipamentos e finaliza os planos de desdobramento. Autoridades acreditam que um acordo de paz parece mais próximo do que nunca, à medida que negociadores dos Estados Unidos se preparam para apresentar ao Kremlin uma proposta apoiada pela Ucrânia", revelou o veículo.

Segundo o portal, o Ministério da Defesa britânico avalia o prazo necessário para mobilizar o contingente e estuda possíveis locais para o posicionamento das tropas.

"A coalizão dos dispostos trabalha nesses planos há bastante tempo. O ritmo se intensificou e os planos ficaram mais concretos, já que surgiu uma perspectiva real de cessar-fogo", afirmou uma das fontes.

De acordo com as informações, é improvável que o Reino Unido desloque para a Ucrânia tropas já posicionadas em outros países, como a Estônia. A tendência é enviar soldados diretamente do território britânico.

Caso seja necessária uma mobilização rápida, a 16ª Brigada de Assalto Aéreo, unidade de pronta resposta do Exército britânico, seria enviada à Ucrânia. Esta brigada já participou das evacuações de Cabul, em agosto de 2022, e do Sudão, em abril de 2023.

Os planos preveem que a chamada "coalizão dos dispostos" não deve distribuir tropas ao longo de toda a linha de contato, devido à limitação de efetivo. O contingente será relativamente concentrado, com deslocamentos pontuais conforme a necessidade.

Caso a Rússia não concorde, no âmbito de um acordo de paz, com a presença de forças estrangeiras na Ucrânia, o contingente poderá ser posicionado em países vizinhos, como a Polônia, segundo o portal.

Negociações para a paz avançam

Entre 14 e 15 de dezembro, Berlim sediou negociações sobre a resolução do conflito ucraniano, com a participação do enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, do genro do presidente norte-americano, Jared Kushner, e do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Após o encontro, líderes da União Europeia divulgaram uma declaração com propostas de garantias à Ucrânia e medidas para o acordo, incluindo o envio de forças multinacionais e a manutenção das Forças Armadas ucranianas com efetivo não inferior a 800 mil militares.

A administração dos Estados Unidos já havia anunciado a elaboração de um plano para a resolução do conflito. O Kremlin, por sua vez, afirmou que a Rússia segue aberta às negociações e mantém a plataforma de diálogo em Anchorage.

No dia 2 de dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, recebeu Witkoff e Kushner no Kremlin, em visita relacionada às discussões sobre o plano de paz norte-americano para a Ucrânia.

O assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, classificou as negociações como "muito substantivas" e afirmou que os contatos entre Rússia e Estados Unidos continuarão. Segundo ele, os avanços das forças russas no campo de batalha tiveram impacto positivo no andamento e no caráter das negociações.