Chefe do Pentágono discutiu ataque no Iêmen em grupo de rede social com esposa e irmão, diz mídia

Em março, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, invejou dados sobre os próximos ataques ao Iêmen em um bate-papo em grupo fechado no aplicativo de mensagens Signal. Os participantes não eram apenas pessoas do seu círculo profissional, mas também a sua esposa, assim como o seu irmão e advogado, informou o New York Times, citando fontes.
De acordo com a publicação, o chefe do Pentágono invejou o cronograma de voos dos F/A-18 Hornets que atacaram o movimento político-militar xiita Ansar Allah, os houthis, no Iêmen de seu telefone pessoal para um bate-papo chamado "Defesa | Equipe Huddle", criado por ele. Ele publicou as mesmas informações em outro bate-papo com autoridades do governo dos EUA.
A reportagem afirma ainda que a esposa de Hegseth, Jennifer, ex-produtora da Fox News, não é funcionária do Departamento de Defesa dos EUA, mas acompanha o marido em reuniões secretas com líderes estrangeiros. Além disso, acrescenta a matéria, o irmão e o advogado de Hegseth, que trabalham no Pentágono, também tiveram acesso às informações secretas.
Além de sua esposa, o grupo incluía mais de dez pessoas de seu círculo pessoal e profissional. Anteriormente, o Gabinete do Inspetor-Geral do Departamento de Defesa dos EUA iniciou uma investigação sobre o uso do aplicativo pelo secretário, após o escândalo relacionado ao vazamento de investigação entre autoridades do governo americano sobre ataques no Iêmen.
Em 24 de março, o editor-chefe da Atlantic, Jeffrey Goldberg, disse que, em 11 de março, recebeu uma solicitação no mensageiro Signal e entrou em um bate-papo onde as autoridades americanas discutiram ataques contra os houthis no norte do Iêmen. Segundo Goldberg, as contas sob os nomes de Hegseth, o vice-presidente americano JD Vance, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca Mike Waltz e outras autoridades ficaram no bate-papo, o que muitos deles confirmaram posteriormente, insistindo que não trocaram informações oportunas.
Goldberg apresentou capturas de tela da correspondência, nas quais o chefe do Pentágono, várias horas antes do início da operação, informações sobre os tipos de aeronaves e alvos que, segundo o jornalista, poderiam ameaçar os militares se vazassem. Goldberg acusou as autoridades de grave violação das regras de segurança.
Também foi observado que o bate-papo estava configurado para excluir mensagens automaticamente, o que violava os requisitos para armazenamento de informações oficiais.