Protesto por falta d’água escancara o legado de descaso deixado por Júlio Cezar e sua parceria milionária com a Águas do Sertão

A herança deixada pelo ex-prefeito Júlio Cezar em Palmeira dos Índios está longe de ser apenas política. Ela se materializa em ruas esburacadas, obras inacabadas e, agora, em pneus queimados e revolta popular. Na noite desta terça-feira, moradores do conjunto habitacional Brivaldo Medeiros, empreendimento inacabado do programa Minha Casa Minha Vida, interditaram a rodovia AL-115 em protesto contra a falta de água há mais de 15 dias.
Indignados com o abandono, os moradores usaram pneus e atearam fogo para chamar atenção do poder público e da empresa Águas do Sertão, responsável pelo fornecimento de água, mas que, segundo os manifestantes, só entrega descaso, má prestação de serviço e desrespeito com a população carente.
O fornecimento de água à cidade passou a ser responsabilidade da concessionária após um acordo fechado na gestão de Júlio Cezar, então prefeito, que vendeu a concessão por 100 milhões de reais à empresa. Desde então, o que se vê, segundo os moradores, é uma cidade literalmente secando nas torneiras e afundando em buracos.
> “A água não chega, mas o sofrimento já virou rotina. Pagamos por um serviço que não existe. Queremos dignidade”, disse uma moradora durante o protesto.
Além da falta de abastecimento, a Águas do Sertão é constantemente alvo de críticas por destruir calçamentos de bairros inteiros em obras que seriam de saneamento básico, mas sem qualquer recomposição das vias. O resultado é uma cidade em ruínas: ruas esburacadas, poeira, lama e indignação.
Durante o protesto, a Polícia Militar foi acionada e tentou conter os moradores, afastando-os da pista, mas a tensão já estava instalada. As imagens registradas no local mostram a extensão da revolta de uma comunidade que não suporta mais viver entre a sede, o abandono e a omissão.
Palmeira dos Índios parece um retrato vivo da irresponsabilidade administrativa. E esse retrato tem assinatura: Júlio Cezar.
Assista as imagens. Veja, compartilhe e reflita: até quando o povo vai pagar tão caro por escolhas erradas?