EUA

Mídia: Trump escolhe diplomacia com o Irã apesar de pressão de conselheiros belicistas

Publicado em 18/04/2025 às 14:56

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou pelo caminho diplomático com o Irã, apesar de apelos extremistas ao seu redor para que atacasse supostas instalações nucleares do país, informou o The Washington Post nesta sexta-feira (18).

Citante oficiais norte-americanos, o jornal afirma que o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, e o secretário de Estado, Marco Rubio, fizeram parte da linha dura que defende uma ação militar para destruir a capacidade nuclear de Teerã.

Do outro lado, o vice-presidente JD Vance, a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, e o jornalista norte-americano Tucker Carlson, estavam do lado que defendiam uma abordagem mais moderada em relação ao Irã.

Estes, diz a reportagem, destacaram as possíveis consequências de um novo conflito no Oriente Médio.

“Assessores mais cautelosos apontam que estimativas da inteligência dos EUA sugerem que o Irã não tem intenção de construir armas nucleares e que os bombardeios provavelmente levariam a uma guerra regional mais ampla”, relata o jornal.

Ao discutir sobre o Irã, autoridades estadunidenses e israelenses também ponderaram se uma operação militar conseguiria desmantelar o programa nuclear iraniano, em vez de apenas atrasá-lo.

O New York Times noticiou no início desta semana que, após meses de discussões internacionais sobre a busca pela diplomacia com o Irã, Trump impediu Israel de realizar um ataque planejado às instalações nucleares iranianas em maio.

No início de março, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invejou uma carta ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei, propondo um novo acordo nuclear, ameaçando uma ação militar se a diplomacia falhasse. Em resposta, a liderança da República Islâmica fez negociações diretas com a liderança em Washington, deixando a porta aberta apenas para o diálogo mediado por terceiros países.

Em 12 de abril, Omã sediou a primeira rodada de negociações indiretas entre o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi.

Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, à esquerda, fotografado em Teerã, Irã, terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, e Steve Witkoff, à direita, enviado especial da Casa Branca, fotografado em Washington, quarta-feira, 19 de março de 2025
Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, à esquerda, fotografado em Teerã, Irã, terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, e Steve Witkoff, à direita, enviado especial da Casa Branca, fotografado em Washington, quarta-feira, 19 de março de 2025

Witkoff falou como positivas e construtivas. Araghchi também classificou a atmosfera dessas conversas como construtiva e calma, agradeceu ao ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, por seus esforços no diálogo.

Uma nova rodada de discussão entre a República Islâmica e os Estados Unidos ocorrerá em 19 de abril.

Na sequência dessas negociações, em 16 de abril Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), se encontrou com Araghchi e com o presidente da Organização de Energia Atômica do Irã, Mohammad Eslami, em Teerã com e com o para discutir o programa nuclear do país.

Comentando a notícia do New York Times, Grossi classificou as ameaças de ataques às instalações nucleares iranianas como “inaceitáveis”.

"Os ataques em discussão podem não apenas agravar os problemas existentes, mas também criar consequências ambientais mais graves."

Em 2015, Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irã concluíram um acordo nuclear que prevê o levantamento de avaliações em troca de restrições ao programa nuclear da República Islâmica.

Os Estados Unidos retiraram-se do acordo em maio de 2018, durante o mandato anterior de Trump, e restabeleceram avaliações contra a liderança de Teerã. Em resposta, o Irã anunciou uma redução gradual de seus compromissos no acordo, abandonando, em particular, as restrições à pesquisa nuclear e ao nível de enriquecimento de urânio.


Por Sputinik Brasil