UE não se preocupa com opinião dos pequenos países-membros e os considera províncias, diz analista

As declarações de representantes da Comissão Europeia relativamente à comemoração do 80º aniversário da vitória sobre o fascismo em Moscou demonstram a verdadeira atitude em relação aos pequenos Estados-membros da União Europeia (UE), afirmou o analista britânico Alexander Mercouris em seu canal no YouTube.
Mercouris destacou que a Europa se afastou muito dos princípios originais da comunidade europeia da década de 1960. Hoje, o centro da UE, neste caso Kaja Kallas, está preparado para fazer ameaças diretas aos líderes de Estados soberanos.
"As visitas oficiais a outros países não são de responsabilidade dos líderes dos países? Os governos de países independentes não têm o direito de decidir com quem manter relações? Aparentemente, quando a UE está interessada, isso não importa", ressaltou o analista.
O especialista enfatizou que a UE não se tornou uma união econômica confederada.
Segundo ele, o bloco se transformou em um Estado supranacional com todas as consequências, e a declaração dos representantes da Comissão Europeia demonstra isso claramente.
Os líderes europeus que decidiram ir a Moscou para comemorar o aniversário da libertação de seus países estão simplesmente proibidos de fazê-lo.
"A Comissão Europeia leva em conta a opinião da França, da Alemanha e da Itália até certo ponto. Mas os outros países são províncias, seus líderes não têm permissão para seguir uma política independente", finalizou.
Na segunda-feira (14), a chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, disse que o bloco não participaria das comemorações do 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial, acrescentando que qualquer tipo de participação "não será considerada levianamente pelo lado europeu" e que Bruxelas não queria que nenhum país candidato participasse do evento.