Técnicos do CREA e da UFAL apontam falhas e paralisam obra da maior estátua de Cristo do mundo no Pilar

A ambiciosa construção da maior estátua de Cristo do mundo, em Pilar (AL), está paralisada desde dezembro de 2022 após recomendações técnicas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (CREA/AL). A entidade, junto com engenheiros da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), identificou falhas estruturais e exigiu novos estudos sobre a fundação e a segurança da escultura, que teria 70 metros de altura — quase o dobro do Cristo Redentor do Rio de Janeiro.
Com apenas 20% da obra executada, o projeto foi interrompido para reavaliação técnica. A construtora responsável, Plataforma Engenharia, contratou novos especialistas, incluindo profissionais que atuam na manutenção do Cristo Redentor, no Rio, para tentar retomar os trabalhos.
O custo inicial do monumento, erguido com recursos públicos, foi orçado em R$ 12,5 milhões. Contudo, a prefeitura de Pilar ainda não sabe quanto o atraso vai custar aos cofres municipais. Não há data definida para retomada, embora o Executivo local afirme que a expectativa é reiniciar a obra até a metade deste ano.
Enquanto isso, o canteiro está abandonado, cercado por mato, e alvo de críticas da população. Mesmo com a paralisação, a imagem da futura estátua continua sendo utilizada em peças publicitárias e redes sociais da prefeitura.
O Ministério Público de Alagoas informou que não acompanhava o andamento da obra, mas após os questionamentos da imprensa, decidiu notificar a gestão municipal para obter esclarecimentos sobre os atrasos e os novos custos.
A escultura, assinada pelo artista cearense Markus Moura — o mesmo do Cristo Protetor de Encantado (RS) — contará com um mirante de vidro no coração da estátua, acessível por elevador, com vista para as lagoas Mundaú e Manguaba. Mesmo inacabado, o monumento já se transformou em símbolo de polêmica e cobrança por transparência.
Nota
A Prefeitura de Pilar reitera seu compromisso com a construção do maior Cristo do mundo, um projeto que representa um marco para o turismo e o desenvolvimento da cidade. No entanto, por se tratar de uma obra de grande impacto, foram necessárias reavaliações técnicas para garantir sua segurança e qualidade.
Durante o andamento da obra, engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (CREA) e da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) identificaram a necessidade de uma nova auditoria nos processos de fundação e estrutura. Diante dessa recomendação, a Prefeitura solicitou à empresa responsável pela obra, Plataforma Engenharia, que providenciasse uma análise aprofundada. Para isso, a empresa contratou os engenheiros responsáveis pela manutenção do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a fim de elaborar um novo laudo técnico.
Esse trabalho tem sido conduzido com o máximo rigor e está sendo entregue em etapas, devido à complexidade da obra. Fatores como solo, vento e impactos ambientais estão sendo minuciosamente analisados antes da retomada da obra. No momento, a Prefeitura aguarda a finalização dos últimos laudos para dar continuidade ao projeto com total segurança.
Nos próximos dias, a gestão municipal se reunirá com a construtora para organizar o calendário de outras importantes entregas para a população: a segunda etapa do Hospital do Futuro, a inauguração do Teleférico de Pilar — que será mais um grande impulsionador do turismo na região — e, em seguida, a retomada da obra do Cristo.
Enquanto isso, a Prefeitura segue priorizando investimentos em áreas essenciais, como a entrega da nova Escola Bilíngue de Pilar, o novo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), a Casa dos Conselhos e o Museu de Instrumentos Musicais.