Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Sérgio Jardim, diretor da LAAD, maior feira de defesa e segurança da América Latina, avalia os resultados da edição deste ano, como o crescimento no número de expositores e delegados internacionais, o papel da feira em aproximar profissionais etc.

Sputnik Brasil: A LAAD Defence & Security é um dos maiores eventos relacionados a negócios no setor de defesa e segurança. Na sua análise, como a LAAD ajudou a desenvolver este mercado na América Latina? Há um crescente interesse de países latinos em investir na renovação do seu potencial de segurança e defesa militar? Como a LAAD contribui para que esses países alcancem seus objetivos?

Sérgio Jardim: Temos conseguido, aos longos dos últimos anos, trazer para a feira expositores relevantes e no estado da arte e tecnologia necessárias para o trabalho. Os diferentes países latinos estão empenhados e motivados a renovar seus veículos e equipamentos, mas, para isso, precisam de disponibilidade financeira.

A nossa contribuição está em trazer os representantes desses países ao Rio de Janeiro e construirmos um ambiente favorável aos debates e negócios.

SB: O intercâmbio que a LAAD promove entre Forças Armadas e outras instituições de segurança pública, inclusive do setor privado, é um dos principais impulsos que levam à modernização de equipamentos militares nos países latinos. Qual o impacto que essa troca promove sobre o mercado da indústria de defesa nesses países?

SJ: O intercâmbio promovido pela LAAD tem um impacto significativo na indústria de defesa dos países latino-americanos. Essa troca de experiências, tecnologias e necessidades operacionais acelera a modernização dos equipamentos militares, pois expõe os profissionais a soluções inovadoras e práticas adotadas em diferentes contextos.

Além disso, o contato direto com fabricantes e desenvolvedores estimula parcerias estratégicas, transferência de tecnologia e adaptações de produtos às realidades locais, o que fortalece a capacidade industrial regional.

Como resultado, o mercado se torna mais competitivo, eficiente e preparado para atender demandas internas e externas, impulsionando o crescimento econômico e a soberania tecnológica dos países envolvidos.

SB: Entre os países que participaram da LAAD, enquanto expositores e integrantes de rodadas de negócios, o Brasil foi o país da América Latina que mais se destacou enquanto comprador de novas tecnologias? Ou enquanto expositor de novas tecnologias? Como foi a participação brasileira no evento?

SJ: As indústrias de defesa e segurança do Brasil e da América Latina vêm registrando seguidos recordes na exportação de produtos desses segmentos. A LAAD ajuda os expositores a impulsionar os seus negócios.

A participação brasileira no evento foi a maior já registrada dos últimos anos. A feira cumpre o seu papel de unir fabricantes e operadores dos equipamentos produzidos.

SB: Em um mundo com mais crises geopolíticas, a corrida armamentista ganha um papel de destaque no cenário internacional. Quais os principais itens de defesa procurados por forças de segurança e outros investidores na área? A aquisição de drones segue se destacando?

SJ: Drones e outros equipamentos vêm tendo um papel de destaque. De modo geral, isso vale para todos os sistemas empregados hoje pelas modernas forças militares.

SB: A LAAD também é conhecida por apresentar inovações nos seus eventos, e a inteligência artificial (IA) é o tópico do momento nesse campo. O uso dessa tecnologia esteve presente na LAAD através dos expositores? Há muita procura no mercado por equipamentos que usam IA?

SJ: O assunto IA tem grande destaque na LAAD, e entendemos que continuará a ser um assunto importante nos próximos anos. Há cada vez mais empresas interessadas em participar da feira.

SB: Nesta edição da LAAD, quais foram os eventos que se destacaram no IX Seminário de Segurança e no Simpósio Internacional de Logística Militar? Quais foram as principais discussões?

SJ: Nesta edição da LAAD, o Simpósio Internacional de Logística Militar se destacou por sua relevância e alto nível de participação. É importante ressaltar que o evento foi organizado pelas Forças Armadas, tendo o papel da LAAD em oferecer toda a infraestrutura para realizar o evento, o que garantiu um alinhamento direto com as necessidades e prioridades estratégicas das instituições.

O Simpósio Internacional de Logística Militar teve como foco a modernização das cadeias logísticas, a interoperabilidade entre as forças, a sustentabilidade nas operações militares e o papel da indústria na oferta de soluções logísticas inovadoras.

SB: Por fim, poderia nos resumir como foi a edição da LAAD 2025? O resultado foi satisfatório?

SJ: A LAAD 2025 foi muito bem-sucedida e colheu muitos frutos como resposta ao que foi apresentado na feira. Houve crescimento no número de expositores, visitantes, delegações oficiais e autoridades de países que participaram da feira.