CIÊNCIA

Explorar a Lua e proteger a Terra: como os geofísicos russos contribuem para a conquista espacial?

Por Sputinik Brasil Publicado em 13/04/2025 às 16:06
© Foto / Twitter / Reprodução / China Science

A composição dos asteroides, os recursos da Lua e os riscos potenciais para o nosso planeta são os principais focos do Instituto de Geoquímica e Química Analítica Vernadski, na Rússia.

Em entrevista à Sputnik, o diretor da entidade, Ruslán Jamízov, explicou que o instituto desenvolve atualmente dois programas que contribuem para a conquista espacial, bem como proteger a Terra de possíveis perigos do espaço.

O primeiro programa se chama Odisséia-asteroides e tem como objetivo o estudo de corpos pequenos, como asteroides e cometas.

"Cinco ou seis naves espaciais pousarão na superfície de asteroides do cinturão de asteroides localizado entre Marte e Júpiter. É uma tarefa muito difícil", explica o analista.

A primeira parte do programa consiste em estudar a composição desses asteroides, a segunda, em pousar em asteroides metálicos e a terceira em coletar e trazer à Terra o material, a substância dos asteroides. Esses estudos são necessários para que as pessoas tenham uma ideia do que têm que lidar, o que as cerca e quais perigos aguardam o nosso planeta, esclarece Jamízov.

O acadêmico observa que os asteroides que fazem parte do programa de pesquisa são de tamanho gigantesco:

"Eles são grandes o suficiente para encontrar um local e pousar uma nave. Em uma época, até eram chamados de planetas menores", esclarece.

Ele acrescenta que as ações fazem parte das missões Luna-29, Luna-31. Mas também existe um segundo programa, o programa de robôs lunares.

"O programa está dedicado à necessidade de organizar uma base lunar para que as pessoas possam viajar até lá, se acostumar e começar a utilizar os recursos da Lua", comenta o pesquisador.

De acordo com suas palavras, à Lua, que conta com abundantes recursos, serão enviados três robôs.

"O primeiro robô gigante —pesado, mais de uma tonelada— se chama robô geólogo. Nosso colega. Ele explorará o território em um raio de 500 quilômetros e estudará a composição do solo lunar. Um robô menor descerá depois dele e explorará o território em um raio de 50 quilômetros. Ele se chama robô geofísico. O terceiro será um pequeno robô que escolherá um local de pouso para organizar ali uma base", resume o especialista.

Atualmente, esses programas estão sendo estudados pelo Instituto de Pesquisa Espacial da Academia de Ciências da Rússia. Se a instituição os aprovar, eles farão parte do programa espacial federal, destaca Jamízov.

O pesquisador acrescenta que seu instituto também fornece recursos minerais ao Estado, como metais de terras raras, elementos raros e metais estratégicos.

"O instituto já fez uma grande contribuição para a exploração espacial. Provavelmente, fará e já está fazendo uma grande contribuição para a resolução de problemas ambientais. Para isso, precisamos ser capazes de analisar tudo o que há no mundo, criar novos instrumentos e novos métodos", conclui.