Donald Trump mostrou seu 'ponto fraco' à China após ordenar adiamento das tarifas, diz jornal

O presidente norte-americano, Donald Trump, recuou da ideia de impor tarifas abrangentes devido a uma reação fortemente negativa do mercado e deu à China a oportunidade de ver que não estava disposto a arriscar a economia dos EUA para atingir seus próprios objetivos, relata o jornal The New York Times.
O jornal destaca que Trump ordenou um adiamento na aplicação de taxas mais pesadas devido à reação negativa dos mercados de ações e ao rápido aumento dos rendimentos dos títulos do Estado.
Com isso, ele mostrou ao presidente chinês Xi Jinping que ele tem um "ponto fraco", já que a China e seu líder têm um longo histórico de implementação de políticas propositalmente, mesmo que essas políticas pudessem levar a desastres econômicos e humanitários.
"Entre os chineses, o consenso, tanto entre os críticos quanto entre os apoiadores de Pequim, é que o final do jogo pode se resumir a qual líder será capaz de fazer seu povo suportar a miséria em nome do interesse nacional", ressalta o jornal.
Além disso, continua a publicação, os comentaristas nas redes sociais chineses, ao se referirem à capacidade da China de implementar políticas de austeridade em tempos difíceis, lembram-se do Grande Salto Adiante.
Grande Salto Adiante é o período de industrialização chinesa entre 1958 e 1962, que resultou em fome, canibalismo rural e morte de milhões de pessoas.
"Suportem as dificuldades por um ano, dois anos, até mesmo três anos, e daremos a volta por cima", cita o artigo as palavras de Mao Tsé-Tung, o ex-líder da China.
Segundo o jornal, Xi Jinping fala periodicamente sobre os benefícios de superar as dificuldades.
Ele nasceu em uma família de revolucionários e seu pai, que se tornou vice-primeiro-ministro, foi alvo de repressão quando o atual líder da China tinha nove anos de idade. Xi teve que se mudar para o campo aos 16 anos de idade e trabalhar como agricultor.
No entanto, elabora a publicação, Xi Jinping também tem um "ponto fraco" econômico.
"Ele [Xi Jinping] não pode permitir que as coisas fiquem tão ruins a ponto de comprometer a legitimidade do governo do partido", finaliza o artigo.
Por Sputinik Brasil