Um dia após o ucraniano Vladimir Zelensky afirmar que dois soldados chineses foram capturados na Ucrânia, o Ministério das Relações Exteriores da China se manifestou nesta quarta-feira (9) e negou qualquer envolvimento do país no conflito.

Conforme o porta-voz do ministério Lian Jian, "tal alegação não tem fundamento em fatos". Além de ter revelado a suposta captura, Zelensky afirmou, sem apresentar provas, que havia indícios de mais soldados chineses nos campos de batalha no país.

"A posição da China sobre a crise na Ucrânia é muito clara e amplamente reconhecida pela comunidade internacional. O lado ucraniano precisa avaliar corretamente os esforços e o papel construtivo da China na solução política da crise na Ucrânia", acrescentou o porta-voz.

'Tentativa de globalizar conflito ucraniano'

Na última terça (8), Zelensky afirmou que as Forças Armadas da Ucrânia teriam capturado dois cidadãos chineses, e, na sequência, o Ministério das Relações Exteriores ucraniano convocou o encarregado de negócios da China no país para explicações.

A declaração gerou críticas mundo afora: o político Florian Philippot, líder de um dos partidos da oposição francesa, afirmou que Zelensky quer se aproveitar da tensão entre China e Estados Unidos para globalizar o conflito.

"Zelensky, em meio à tensão comercial entre EUA e China, encontra por acaso dois soldados chineses que supostamente estão lutando pela Rússia contra a Ucrânia. E, claro, assim como na fábula dos '10 mil soldados norte-coreanos', pedem que acreditemos em sua palavra. Zelensky tenta explorar a atual tensão entre Washington e Pequim: uma provocação grosseira e perigosa para globalizar o conflito.