Governo Trump vai restaurar alguns programas da USAID com foco em segurança alimentar, diz mídia

Na terça-feira (8), o governo do presidente Donald Trump tomou medidas para restabelecer pelo menos seis programas de ajuda externa dos EUA voltados para a assistência alimentar emergencial, segundo fontes que falaram à mídia britânica.
Após os inúmeros cortes de Donald Trump à ajuda externa dos EUA aos projetos norte-americanos ao redor do mundo, diversas operações humanitárias foram interrompidas. Mas a rápida reversão das decisões pode ser um sinal de que sua natureza foi definitivamente precipitada e não levou em consideração seus efeitos posteriores.
Segundo a Reuters, o administrador adjunto em exercício da USAID, Jeremy Lewin, solicitou à equipe, por e-mail interno, que revertesse os encerramentos e restabelecesse os auxílios ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) no Líbano, Síria, Somália, Jordânia, Iraque e Equador, além de quatro auxílios à Organização Internacional para as Migrações na região do Pacífico.
Lewin pediu desculpas e assumiu a responsabilidade pelo desequilíbrio entre os interesses conflitantes.
O governo Trump havia encerrado programas de ajuda humanitária em mais de uma dúzia de países, totalizando mais de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 7,8 bilhões). O PMA alertou que a eliminação do financiamento emergencial de assistência alimentar em 14 países poderia representar uma sentença de morte para milhões de pessoas enfrentando fome extrema e inanição.
Os EUA não restauraram a ajuda ao Afeganistão, governado pelo Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista), e ao Iêmen, controlado por militantes islâmicos do movimento houthi. Washington tem sido o maior doador de ajuda a ambos os países, que sofreram anos de guerra devastadora. A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, expressou preocupação de que o financiamento do PMA para o Iêmen e o Afeganistão estivesse beneficiando os houthis e o Talibã.
Bruce afirmou que alguns programas cortados em outros países foram revertidos e colocados em prática, destacando o compromisso do governo com a ajuda externa. Entre os cortes do fim de semana estavam US$ 169,8 milhões (mais de R$ 1,03 bilhão) para o PMA na Somália e US$ 111 milhões (cerca de R$ 675 milhões) na Síria.
Os cortes foram parte da reforma do governo Trump para desmantelar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), marcada por controvérsias, caos e confusão.