ARGENTINA

Milei escapa de criação de CPI no Senado argentino sobre escândalo das criptomoedas por 1 voto

Publicado em 20/02/2025 às 19:41
© AP Photo / Markus Schreiber

Em meio a fortes acusações de fraude e corrupção contra o presidente Javier Milei e sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, o governo conseguiu evitar por um voto que o Senado aprovasse a criação da comissão investigadora especial sobre o escândalo envolvendo a criptomoeda $LIBRA e o chefe de Estado argentino.

Um escritório de advocacia argentino apresentou nesta segunda-feira (17) uma denúncia por fraude internacional contra Milei ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O presidente é acusado de promover uma criptomoeda, cuja cotação despencou em poucas horas, causando perdas milionárias a milhares de pessoas.

A proposta exigia 48 votos favoráveis, mas obteve um a menos do que o exigido pelo Regimento da Câmara Alta. Também fracassaram as tentativas de aprovar a convocatória do chefe de Gabinete, Guillermo Francos, para comparecer no plenário da Câmara Alta.

Também foram denunciados Karina Milei, irmã do líder argentino e secretária-geral da Presidência; os empresários Hayden Mark Davis e Julian Peh; e os investidores Mauricio Novelli e Manuel Terrones Godoy.

Além dessa denúncia, a Justiça penal argentina já recebeu mais de 120 queixas contra Milei relacionadas ao caso.

No sábado (15), Milei reconheceu o erro e apagou a publicação, mas naquele momento o valor da $LIBRA já havia desmoronado. A moeda, baseada em tecnologia blockchain, opera em um mecanismo altamente especulativo e de alto risco. A estimativa é de que 40 mil pessoas perderam milhões de dólares em poucas horas devido à promoção feita por Milei nas redes sociais.

A criptomoeda $LIBRA é um token sem garantias de valor real, cuja maior parte da oferta estava concentrada em três carteiras. Além disso, o domínio na Internet foi criado na própria sexta após o fechamento dos mercados.

Parlamentares opositores, da União pela Pátria (peronista) e do Encontro Federal (socialista), tentam impulsionar um processo de impeachment contra o presidente por "mau desempenho e possíveis crimes cometidos no exercício de suas funções", conforme estabelece o artigo 53 da Constituição argentina.


Por Sputinik Brasil