ELEIÇÕES

Candidata equatoriana denuncia suposto sistema paralelo das Forças Armadas de contagem de votos

Publicado em 09/02/2025 às 00:28
© Foto / X - @anaraffo1

A candidata à presidente do Equador, Luisa González, do movimento Revolução Cidadã (RC), questionou neste sábado (8) um ​​suposto sistema paralelo de contagem de votos por parte das Forças Armadas do Equador, denunciado nas redes sociais, e adiantou que solicitará as informações eleitorais correspondentes.

“Senhora Diana Atamaint, Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e senhores das FFAA, isso é gravíssimo, ilegal e inconstitucional. Faremos os pedidos de informação correspondentes e esperamos uma resposta urgente.

A denúncia ocorreu poucas horas antes das eleições gerais previstas no país sul-americano, onde o presidente Daniel Noboa tentou a reeleição para o período 2025-2029, em meio a questionamentos por não cumprir as normas eleitorais e constitucionais vigentes para fazer campanha eleitoral.

A candidatura fez referência a um documento que continha instruções aos militares para que enviassem, por meio de um aplicativo, fotografias digitais das atas escaneadas durante as eleições, com o suposto objetivo de realizar uma contagem por conta própria.

Mais de 13 milhões de equatorianos estão convocados para escolher nas urnas quem vai liderar o país de 2025 a 2029, assim como os 151 membros da Assembleia Nacional (parlamento unicameral) e os cinco representantes do Parlamento Andino.

De acordo com as pesquisas prévias sobre a intenção de voto, González e Noboa são os favoritos para vencer essas eleições entre os 16 candidatos à presidência.

Na semana passada, o secretário-geral do movimento Revolução Cidadã, Andrés Arauz, revelou que foram recebidos "alertas graves" sobre estratégias de manipulação do processo eleitoral, razão pela qual foi solicitada uma auditoria preventiva de informática e de processos a todos os observadores internacionais para garantir a manipulação, transmissão e digitalização das atas.

“Estamos solicitando uma auditoria preventiva de informática e de processos aos observadores internacionais da OEA (Organização dos Estados Americanos), União Europeia (UE), Copppal (Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina) e outros, para garantir o processo de digitalização, transmissão e, principalmente, digitalização das atas”, afirmou o líder político.

Ele afirmou que, para este ano, foi feita uma mudança no processo eleitoral que o torna mais vulnerável à manipulação, para permitir que os digitadores (quase todos do partido governamental ADN) visualizem a matriz completa, em vez de apenas as células com números.

O ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) também alertou no fim de semana sobre uma suposta manipulação contra o RC por meio de inteligência artificial.

Ao encerrar sua campanha eleitoral, Noboa pediu aos apoiadores que cuidassem dos votos nas urnas para evitar fraudes, em meio a questionamentos sobre uma possível manipulação do processo eleitoral a seu favor.

Para ser eleito presidente no Equador, um candidato precisa obter mais de 50% dos votos válidos ou 40% com uma vantagem de pelo menos dez pontos sobre o segundo colocado. Caso seja necessário um segundo turno, o processo será realizado em 13 de abril.

No Equador, o voto é obrigatório para pessoas entre 18 e 65 anos, e a abstenção implica uma multa de US$ 47 (R$ 273), correspondente a 10% do salário médio.

O próximo presidente do Equador tomará posse em 24 de maio para um mandato de quatro anos.


Por Sputinik Brasil