Governo panamenho não vai mais taxar navios dos EUA no Canal do Panamá, diz Departamento de Estado

Autoridades panamenhas decidiram isentar taxas de passagem pelo Canal do Panamá para navios de propriedade do governo dos EUA, anunciou o Departamento de Estado dos EUA neta quarta-feira (5).
"As autoridades do Panamá concordaram em não cobrar mais taxas de embarcações do governo dos EUA que transitam pelo Canal do Panamá", disse o departamento em um comunicado.
A medida deve render economia de milhões de dólares anualmente às autoridades americanas. O anúncio ocorreu após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar em varias ocasiões nas últimas semanas que a transferência do canal para o Panamá enfraqueceu a posição de Washington e que as empresas chinesas ganharam influência significativa sobre sua infraestrutura nos últimos anos.
Ele enfatizou que os Estados Unidos não permitirão a perda de uma rota estrategicamente importante que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.
No domingo (2), o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, informou que o Panamá não renovará o memorando de entendimento sobre a iniciativa Cinturão e Rota com a China, logo após a reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Em visita ao país centro-americano, Rubio também teria dito a Mulino que, caso o Panamá não faça "mudanças imediatas" na situação, os EUA se reservam no direito de "tomar as medidas necessárias para proteger seus direitos" sob o Tratado do canal do Panamá de 1977, informa o comunicado.
A iniciativa Cinturão e Rota da China visa conectar 65 países ao redor do mundo por meio de infraestrutura digital e física, incluindo a construção de estradas, portos e redes de telecomunicações, proporcionando a esses países oportunidades econômicas para desenvolver infraestrutura.