Israel se une aos EUA e anuncia retirada do país do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Israel abandonou o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou nesta quarta-feira (5) o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Sa'ar.
Ontem (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para retirar os EUA da Agência da ONU para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio e do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Israel acolhe com satisfação a decisão do presidente Trump de não participar do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Israel se junta aos EUA e não participará do Conselho de Direitos Humanos da ONU", escreveu Sa'ar em sua conta na rede social X.
Segundo o ministro, o conselho "se concentrou em atacar um país democrático e propagar o antissemitismo, em vez de promover os direitos humanos".
"Israel foi alvo de mais de 100 resoluções condenatórias, o que representa mais de 20% de todas as resoluções aprovadas na história do Conselho, mais do que contra Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela", acrescentou ao destacar que Israel "não tolerará mais essa discriminação".
Além do fator americano, esse fato ocorre em meio a tentativas de vários países de responsabilizar Tel Aviv pela morte em massa de civis na Faixa de Gaza, acusando as autoridades israelenses, em particular o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, de suposto genocídio.
Em janeiro, por meio da mediação de Catar, Egito e Estados Unidos, o movimento palestino Hamas e o governo israelense concordaram com um cessar-fogo de 42 dias e declararam a intenção de encerrar definitivamente as hostilidades.
Ao longo de 15 meses, os embates causaram a morte de mais de 47 mil palestinos e cerca de 1,2 mil israelenses, além de se espalharem para o Líbano, Iêmen e provocarem até uma troca de ataques com mísseis entre Israel e Irã.
A primeira fase do acordo prevê uma troca parcial de prisioneiros, a retirada das tropas israelenses para as fronteiras de Gaza e a entrada de ajuda humanitária. Já as demais etapas seguem em negociação.