TARIFAS

Lula diz que se Trump taxar produtos brasileiros haverá reciprocidade: 'Quero que respeite o Brasil'

Após Trump ameaçar vários países com a imposição de tarifas maiores de importação, o presidente Lula afirmou que o Brasil responderia com "reciprocidade" à medida. Apesar disso, Lula afirmou que quer melhorar a relação com os Estados Unidos.

Publicado em 30/01/2025 às 16:51
© Foto / Wilson Dias/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (30) que o Brasil também vai taxar produtos norte-americanos caso o homólogo Donald Trump imponha a medida contra o país. "Se ele [Trump] taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são exportados para os Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade", afirmou.

Conforme o presidente brasileiro, a medida afetaria os produtos importados do Brasil pelos EUA, e não os exportados. Apesar disso, o presidente destacou que deseja um bom governo ao norte-americano e que respeita a nova gestão. "Ele [Trump] só tem que respeitar a soberania dos outros países. Ele foi eleito para governar os Estados Unidos da América do Norte e os outros presidentes foram eleitos para governar os seus países. É isso, civilidade […]. Quero que o Trump respeite o Brasil", enfatizou.

As declarações do presidente Lula ocorreram durante uma entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. O petista também falou sobre as pesquisas eleitorais desfavoráveis ao atual governo: "Eu dizia ao [ex-ministro Paulo] Pimenta: 'Não se preocupe com pesquisa'. Porque o povo tem razão, a gente não está entregando aquilo que a gente prometeu. Então como o povo vai falar bem do governo se a gente não está entregando? É preciso ter muita paciência."

Apesar disso, Lula afirmou que ainda é muito cedo para avaliar os dois anos de gestão e prometeu que 2025 será um ano de "colheita".

"Tenho consciência do que nós estamos fazendo, mas muita consciência. Por isso é que eu não gosto de fazer bravata. Eu tenho consciência e cada coisa que eu falar para vocês, quero que anotem, porque cada coisa que eu falar nós vamos entregar", acrescentou.

Aumento da taxa de juros pelo Banco Central

O petista também comentou durante a entrevista sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em elevar mais uma vez a taxa básica de juros, dessa vez para 13,25% ao ano. Mesmo com a medida, Lula garantiu ter "100% de confiança" no trabalho do atual presidente, Gabriel Galípolo. "Tenho certeza de que ele vai criar condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor", afirmou.

O petista também saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticado publicamente pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab. Na ocasião, o ex-prefeito de São Paulo chamou Haddad de "fraco" e mencionou que ele "não consegue se impor no governo".

Para Lula, as declarações são injustas e o ministro é "extraordinário" ao citar, ainda, a atuação em meio à PEC da Transição, Reforma Tributária e o novo arcabouço fiscal do governo.


Por Sputinik Brasil