Israel é acusado de não cumprir com termos dos acordos de cessar-fogo no Líbano e em Gaza

Israel atrasou a retirada de suas tropas do sul do Líbano e de impedir que os palestinos de Gaza retornem ao norte do enclave, denunciaram o Exército libanês e o Hamas, neste sábado (25). Ambas medidas foram concessões concordadas pela nação hebraica em seus acordos de cessar-fogo.
Em um comunicado emitido neste sábado, 60 dias após o acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah entrar em vigor, o Exército do Líbano afirmou que Israel atrasou a retirada de suas tropa do sul do país, dificultando a mobilização das Forças Armadas na região.
Sob os termos do acordo de cessar-fogo, as Forças de Defesa de Israel deveriam entregar todas as suas posições no sul do Líbano às Forças Armadas Libanesas até 26 de janeiro. Ao mesmo tempo, o Hezbollah deveria se retirar ao norte do rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com Israel.
Na terça-feira (21) o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia anunciado que não conseguiria retirar suas forças dentro do tempo acordado.
As forças libanesas enfatizaram ainda que estão prontas para se deslocarem ao sul do Líbano assim que os israelenses deixarem a região. Um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah entrou em vigor em 27 de novembro após ambos os lados concordarem com um acordo intermediado pelos EUA e pela França.

Também neste sábado (26) o movimento sunita palestino Hamas também acusou Israel de não cumprir com sua parte no cessar-fogo, impedindo que os palestinos da parte sul do enclave retornem ao norte.
"A ocupação continua a atrasar a implementação do acordo de cessar-fogo e troca, mantendo a rua al-Rashid fechada e impedindo o retorno de pessoas deslocadas do sul para o norte", disse o Hamas.
O gabinete do primeiro-ministro israelense disse que os moradores de Gaza não poderiam retornar ao norte até que Arbel Yehud fosse libertada. A cidadã israelense deveria estar na lista da troca de reféns deste sábado, quando 200 reféns palestinos foram trocados por quatro soldadas feitos reféns na Faixa de Gaza.